ESTRATÉGIAS DE PROCESSAMENTO DE ESTRUTURAS SINTÁTICAS AMBÍGUAS DO PORTUGUÊS
Ambiguidade temporária
"Que"
Processamento Interativo
Psicolinguística
Conectivo
Língua portuguesa
Psycholinguistics
"Que"
Temporary ambiguity
Interactive processing
Soares, Simone da Silva | Posted on:
2014
Abstract
Esta pesquisa tem o intuito de investigar o processamento psicolinguístico da ambiguidade temporária na compreensão da palavra “que”, num ambiente sintático em que a mesma pode ser analisada como um pronome relativo, introduzindo uma oração adjetiva restritiva, ou uma conjunção integrante iniciando uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Partimos
da hipótese de que o contexto discursivo prévio seria capaz de afetar as preferências de concatenação, influenciando o processamento on-line desse tipo de ambiguidade desde os estágios inicias, conforme pressuposto pela Teoria Referencial (CRAIN & STEEDMAN, 1985 e ALTMANN & STEEDMAN, 1988) e o Princípio de Dependência de Localidade (GIBSON, 2000). Dessa forma, nossas previsões foram fundamentadas na concepção de interatividade durante o processamento da ambiguidade. Através da aplicação de dois experimentos off-line, verificamos que as preferências de concatenação diante do “que” alteraram-se significativamente com a manipulação da plausibilidade para a interpretação
relativa, que, do primeiro para o segundo experimento, foi intensificada através do
estabelecimento prévio de um conjunto de entidades discursivas contrastivas, contexto favorável a uma posterior interpretação relativa. Tal modificação resultou no aumento significativo da preferência pela interpretação relativa. A investigação teve prosseguimento com a realização de um teste de leitura automonitorada, etapa on-line cujos resultados poderiam trazer evidências quanto à interatividade durante o processamento inicial. De acordo com os resultados, não se verificou preferência pela concatenação de um complemento verbal sentencial, contrariamente à previsão da Teoria de Garden Path de que o princípio de
Aposição Mínima seria atuante nas estruturas investigadas (FRAZIER, 1979 e FRAZIER & RAYNER, 1982). Também se observou uma diferença significativa nos tempos de leitura das condições com completivas verbais cujos contextos eram congruentes com tal concatenação e daquelas cujos contextos induziam a aposição relativa. Apesar de esse resultado ser compatível com o Princípio de Suporte Referencial (ALTMANN & STEEDMAN, 1988) e a concepção de interatividade no processamento da ambiguidade, as condições com orações
relativas (com contexto favorável e não favorável) não apresentaram diferenças nos seus tempos de processamento, contrariando o referido princípio
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DissertaçãoSubject(s)
PsicolinguisticaAmbiguidade temporária
"Que"
Processamento Interativo
Psicolinguística
Conectivo
Língua portuguesa
Psycholinguistics
"Que"
Temporary ambiguity
Interactive processing
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