POLIMORFISMOS NO GENE ESRRB ESTÃO ASSOCIADOS COM AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES E LESÃO DO MANGUITO ROTADOR
Bonato, Letícia Ladeira | Postado em:
2014
Resumo
Os diversos sintomas físicos presentes nas Desordens Temporomandibulares (DTM)
estão associados frequentemente à presença de doenças comórbidas. A dor no
ombro é uma das principais queixas dos pacientes com DTM. O objetivo deste
estudo foi investigar a base biomecânica da associação entre DTM e lesão do
manguito rotador (LMR). Neste estudo transversal, foram avaliados fatores
etiológicos comuns à DTM e LMR, a fim de elucidar a interação DTM/LMR. A
avaliação das estruturas orofaciais (RDC-Eixo I) e da região do ombro foram
realizadas em 108 indivíduos. O grupo controle consistiu de 30 integrantes sem
queixas de dor. Setenta e oito indivíduos foram divididos em 3 grupos: com LMR
(sem DTM, n=16), com DTM (sem LMR, n=13) e com ambas as lesões (com
DTM+LMR, n=49). Um total de 8 polimorfismos do gene ESRRB envolvido na via do
estrogênio foram investigados. Os níveis de estradiol foram mensurados por
imunoensaio quimioluminescente. A atividade muscular dos músculos cervicais e
faciais foi avaliada através de eletromiografia de superfície (EMG). A significância
das variáveis nominais e contínuas foi analisada através dos testes do qui-quadrado,
T-Student / Mann-Whitney, respectivamente Valores de p<0.05 foram considerados
significantes. A regressão logística multivariada explorou múltiplas variáveis
simultaneamente. Indivíduos com DTM apresentaram 7 vezes mais chances de
desenvolver LMR (OR 7.0; 95% CI, 2.7-18.4). O risco de desenvolver ambas as
lesões foi 6 vezes maior em caucasianos (OR, 5,9 ; IC 95 % , 1,9-18,5 ). Os
genótipos TT rs1676303 (p=0.02) e GG rs6574293 (p=0.04) foram associadas à
LMR. Indivíduos com ambas as lesões apresentaram maior frequência dos
genótipos polimórficos para o rs4903399 (p = 0,02) e rs10132091 (p = 0,02). Os
haplótipos CTTCTTAG (p = 0,01) e CCTCTCAG (p = 0,01) foram associados com
DTM+LMR. A regressão logística multivariada afirmou caucasianos (p = 0,001) como
um fator de risco para DTM+LMR. Os níveis de estradiol foram semelhantes entre os
grupos. Os músculos masseter e temporal anterior apresentaram menor atividade
em pacientes com as duas doenças em posição de repouso (p=0,03 / p=0,02,
respectivamente) e na posição de máxima intercuspidação habitual (p= 0,01 /
p=0,03, respectivamente). Os músculos esternocleidomastóideo e trapézio
apresentaram menor atividade em indivíduos com DTM+LMR (p = 0,03). Este
presente trabalho sugere ser a DTM um fator de risco para a LMR. Etnia branca,
haplótipos do gene ESRRB e baixa atividade eletromiográfica foram identificadas
como características biomecânicas comuns nos indivíduos com ambas as lesões.
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