Diagnóstico coproparasitológico em laboratório de análises clínicas: comparação de técnicas e custo de implantação

Abstract

O diagnóstico parasitológico deve ser realizado de forma específica e sensível possibilitando o tratamento adequado de pacientes, a escolha da terapêutica e a compreensão da epidemiologia dos parasitos intestinais. Várias técnicas são utilizadas para esse diagnóstico apresentando diferentes resultados. Baseado nessas informações esse estudo objetivou comparar as técnicas de Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modificada, Lutz e Kato-Katz, para o diagnóstico de parasitoses intestinais e analisar o custo de implantação de cada uma dessas técnicas, em um laboratório de análises clínicas. Foram analisadas 373 amostras de fezes pelas cinco técnicas propostas. Todas as 292 amostras analisadas pela técnica de Baermann-Moraes foram negativas. Considerando as demais técnicas, a positividade foi de 25,74% (96/373). Ritchie modificada detectou positividade em 65,60% (63/96) das amostras com maior eficiência para Blastocystis sp., seguida por Lutz (55,20%), Faust et al. (49%) e Kato-Katz (4,16%). Os índices de concordância entre as técnicas utilizadas excluindo Kato-Katz foram moderados. A concordância entre Kato-Katz e as outras técnicas foi fraca. O Kato-Katz foi considerado uma técnica inadequada para o diagnóstico de parasitoses intestinais, frente ao declínio da frequência de geohelmintíase e permanência ou aumento das infecções determinadas por protozoários. A técnica de Lutz foi a que apresentou menor custo de implantação, seguida por Baermann-Moraes, Kato-Katz, Ritchie modificado e Faust et al., devendo ser a técnica de escolha quando o referencial for econômico. A escolha baseada em positividade indica a implantação de Ritchie modificada, porém ressalta-se a importância da associação de técnicas para resultados mais fidedignos. Considerando a associação de técnicas indica-se utilização de Ritchie modificado e Lutz ou Ritchie modificado e Faust et al.