A DEMANDA DE PARTOS CESÁREOS NO BRASIL E SUAS POSSÍVEIS SEQUELAS NA SAÚDE DO RECÉM-NASCIDO
Alcantara, Luciana Leite de Mattos | Posted on:
2015
Abstract
A Organização Mundial da Saúde orienta que a prevalência de partos cesáreos não ultrapasse 15% de todos os partos. No Brasil, no entanto, tem-se observado um crescimento contínuo e sustentado desta modalidade de parto, apesar de pesquisas alertarem sobre os riscos na saúde da mulher e do recém-nascido. O objetivo deste trabalho foi investigar os fatores não-clínicos referentes à gestante, à gestação e ao nascituro associados a crescente demanda de partos cesáreos no Brasil e possíveis sequelas na saúde dos recém-nascidos. Foram investigados registros de nascidos vivos ocorridos em hospitais do Brasil nos anos de 2003 a 2012, de gestantes com idade entre 15 e 45 anos, que tiveram uma gestação não gemelar e cujos nascituros não tinham anomalia congênita, obtidos através do Sistema de Nascidos Vivos – SINASC – DATASUS. As variáveis avaliadas foram referentes: i) à gestante: idade, estado civil, escolaridade, ocupação, número de filhos prévios nascidos vivos, número de filhos prévios nascidos mortos e município de residência; ii) à gestação: número de consultas pré-natal e duração; iii) ao parto: tipo e município de ocorrência e ao recém-nascido: sexo, peso, Apgar ao 1º minuto e Apgar ao 5º minuto. O teste Ponto-Mudança indicou que no ano de 2007 houve uma possível alteração na mediana da prevalência do parto cesáreo no período investigado. Tendo como base informações mais de 1,5 milhões de nascimentos, comparações entre os anos de 2006 e 2012 (via teste Qui-Quadrado) evidenciaram que o perfil da gestante mudou, tornando-se mais freqüente haver parturientes com idade acima de 34 anos (14%), com um companheiro (62,8%), com escolaridade entre 4 a 7 anos de estudo (47,3%) e que exerciam alguma atividade remunerada (53,2%), além de indicarem um aumento significativo (23,0%) na prevalência de partos cesáreos. Os seguintes fatores de riscos para a realização de parto cesáreo foram identificados através do cálculo de Razão de Chances (RC): gestantes com idade entre 35 a 40 anos (RC:1,60, IC95%: 1,58-1,61) ou superior a 40 anos (RC:1,45, IC95%: 1,42-1,49), com 12 ou mais anos de estudo (RC:9,39, IC95%: 9,24-9,33), com companheiro (RC: 1,63 IC95%: 1,62-1,63), que exercem atividade remunerada (RC: 1,99 IC95%: 1,98-2,00), que não tem filhos prévios nascidos vivos (RC: 1,40 IC95%: 1,40-1,41), que realizam mais de 6 consultas de pré-natal (RC: 2,16 IC95%: 2,15-2,17) e que fazem deslocamento intermunicipal para a realização do parto (RC: 1,33 IC95%: 1,33-1,34). A escolha pela modalidade de parto cesáreo não indicou, entretanto, maiores riscos dos desfechos adversos associados ao escore Apgar, que a avalia a vitalidade do recém-nascido logo após o nascimento
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Document type
Trabalho de conclusão de cursoSource
ALCANTARA, Luciana Leite de Mattos. A demanda de partos cesáreos no Brasil e suas possíveis sequelas na saúde do recém-nascido. 2015. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Estatística)-Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.License Term
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