Análise farmacoeconômica do reaproveitamento de medicamentos antineoplásicos injetáveis reconstituídos

Abstract

Introdução: a despesa com terapias antineoplásicas na compra hospitalar de medicamentos tem aumentado nos últimos anos, sendo essencial otimizar a eficiência dos recursos disponíveis. Para que antineoplásicos injetáveis sejam infundidos nas doses ideais prescritas, os conteúdos das apresentações comercializadas nem sempre são integralmente administrados, resultando em perdas significativas de recursos. Objetivo: analisar o impacto farmacoeconômico que o aproveitamento das sobras de antineoplásicos gera no orçamento dos medicamentos desta classe terapêutica da farmácia de em um hospital federal de grande porte da cidade do Rio de Janeiro. Método: Analisou-se a utilização e descarte de resíduos de medicamentos com estabilidade entre 24 e 48 horas, armazenados para uso na rotina posterior. Uma tabela para acompanhamento semanal foi preenchida diariamente, ao longo de 7 meses. Identificou-se nomes e quantidades dos medicamentos armazenados, informando-se ainda se os resíduos foram ou não aproveitados. Verificou-se o preço das apresentações utilizadas e calculou-se o custo por miligrama de cada ativo, organizando todos os dados e analisando-os em planilha Excel® 2013. Resultados: as 490 sobras representaram 1,8% do valor de todos os frascos de medicamentos abertos no período. Destas, 395 foram reaproveitadas, e significaram a reversão de metade do percentual do valor de sobras (0,9%), totalizando 8 mil reais. Rituximabe e Trastuzumabe foram os medicamentos cujo descarte resultou em maior impacto econômico. Conclusões: o reaproveitamento posterior de volumes de medicamentos de oncologia reconstituídos, quando mantidos sob boas condições de armazenamento e respeitados os períodos de estabilidade, além de ser capaz de reduzir os custos no orçamento hospitalar, impactou relevante e positivamente na redução do descarte desses resíduos