TRABALHO-EDUCAÇÃO, ECONOMIA E CULTURA EM POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS: A (RE)AFIRMAÇÃO DE MODOS DE VIDA COMO FORMAS DE RESISTÊNCIA
Modos de vida
Povos e comunidades tradicionais
Experiência
Cultura
Povo indígena
Trabalho
Educação
Cultura
Resistência
Work-education
Lifestyle
Traditional peoples and communities
Experience
Culture
Souza, William Kennedy do Amaral | Posted on:
2020
Abstract
Tendo em conta os fundamentos teórico-metodológicos do materialismo histórico e, portanto,
da compreensão das bases materiais da cultura, a pesquisa evidencia modos de vida em povos
e comunidades tradicionais nos vales dos rios Guaporé e Madeira, em Rondônia, trazendo
evidências dos nexos entre trabalho-educação, economia e cultura, entendidos como unidades
dialéticas. Parte do pressuposto de que a defesa do território e, com ele, a afirmação de suas
maneiras de ser, fazer, sentir e pensar o mundo é elemento de estruturação de suas identidades
e, ao mesmo tempo, condição para sua existência. Para resistir ao processo de expansão
capitalista na Amazônia e à produção destrutiva do capital que, na contemporaneidade do
agronegócio e do neoextrativismo corroboram para as tentativas de desestruturação dos modos
de vida, homens e mulheres insistem em manter formas de estar no mundo que requerem a
produção de saberes em sintonia com a natureza e com a comunidade, tendo como horizonte a
reprodução ampliada da vida. Constituindo-se como forma de resistência ao modo de produção
capitalista, os modos de vida manifestam as relações que homens e mulheres trabalhadoras,
mediadas por experiências vividas e herdadas, estabelecem com o território em que produzem
sua existência. Os procedimentos de pesquisa foram observação das práticas cotidianas,
entrevistas semiestruturadas e rodas de conversa. Entre outros, perguntamo-nos: quais têm sido
as formas encontradas para sobreviver na região? Como satisfazem suas necessidades básicas
de sobrevivência? Como se relacionam com a natureza, entre si e com outras comunidades?
Como se relacionam com o Estado? No cotidiano das comunidades, como se manifestam as
contradições entre capital e trabalho, bem como as formas de afirmação/negação de seus modos
de vida? Quais são as mediações do capital na conformação/desestruturação dos modos de vida?
De que maneira, os processos educativos contribuem para permanência desses modos de
produção da existência no interior do modo de produção capitalista? Ao investigamos as formas
de resistência e afirmação dos modos de vida de povos e comunidades tradicionais,
encontramos um movimento de luta pelo Comum. Acreditamos serem necessárias novas
pesquisas que aprofundem a ideia do Comum como sustentação dos modos de vida dos povos
tradicionais. Ao lutar pelo Comum, povos e comunidades tradicionais estão participando
politicamente da vida do país, tendo por base os seus saberes sociais. Mesmo se, historicamente
estão à margem da produção de riquezas e se não conseguem participar efetivamente das
questões do Estado, homens e mulheres reagem e se organizam em torno de uma pauta de
reivindicações, entre elas a defesa de seus territórios e o reconhecimento do direito de decidir
sobre seus modos de produzir a vida. Isso nos possibilita compreender que o modo de produção
capitalista tem hegemonia em relação a outros modos de produção da existência humana, mas
não é a totalidade. Enfim, essa tese procurou entender este fato: a maneira como trabalhadores,
utilizando-se de suas experiências e seus saberes anteriormente adquiridos, conseguem um
movimento de produção da vida material e imaterial que, não necessariamente, está pautada
pela lógica capitalista dominante. Assim, configuram-se modos de vida singulares que são
estabelecidos por laços de reciprocidade e mutualidade em que a finalidade é o bem comum de
toda a comunidade
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TeseSource
SOUZA, William Kennedy do Amaral. Trabalho-educação, economia e cultura em povos e comunidades tradicionais: a (re) afirmação de modos de vida como formas de resistência. 2020. 222 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.Subject(s)
Trabalho-educaçãoModos de vida
Povos e comunidades tradicionais
Experiência
Cultura
Povo indígena
Trabalho
Educação
Cultura
Resistência
Work-education
Lifestyle
Traditional peoples and communities
Experience
Culture
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