Análise de prescrições de medicamentos para pacientes pediátricos em um hospital municipal do Rio de Janeiro

Abstract

Introdução: a segurança do paciente é uma condição essencial para a qualidade de um serviço. Neste sentido, oferecer aos pacientes a possibilidade de redução do risco de danos associados ao cuidado de saúde é primordial. Em pacientes pediátricos esta situação se torna ainda mais crítica, pois, este grupo apresenta características farmacocinéticas e farmacodinâmicas que sofrem modificações no decorrer do seu desenvolvimento, o que os torna mais vulneráveis. Os estudos de utilização de medicamentos em hospitais são de grande importância para fornecer informações sobre a utilização de medicamentos para crianças no Brasil. Objetivo: análise das prescrições para pacientes pediátricos em um hospital municipal da cidade do Rio de Janeiro. Metodologia: foi realizado um estudo transversal e retrospectivo de utilização de medicamentos envolvendo pacientes pediátricos em um hospital de médio porte, localizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A análise de prescrições foi realizada segundo o cumprimento das normas para prescrição, baseando-se no protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos proposto pela ANVISA (portaria 2095/13) e na legislação vigente. Resultados e discussão: foram analisadas 1474 prescrições, totalizando 112 especialidades farmacêuticas, 8036 medicamentos prescritos no período de fevereiro a junho de 2016, sendo a média de medicamentos por receita 5,42. No decorrer da análise, foram verificados 8 medicamentos potencialmente perigosos. Com relação à identificação do paciente e do prescritor foi verificado a ausência dessas informações em algumas prescrições indicando a necessidade de revisão desse ponto. Quanto aos demais dados do receituário, a velocidade e o tempo de infusão, a legibilidade, a forma de reconstituição, a expressão da dose e os medicamentos prescritos na denominação comum brasileira foram os tópicos que mais apresentaram ausência de informações. Conclusão: as prescrições analisadas neste estudo não oferecem todos os dados necessários para promover o uso correto e seguro dos medicamentos. Neste sentido, recomenda-se a educação permanente dos profissionais prescritores sobre a importância do maior número de informações pertinentes no receituário, para que sejam alcançados maiores benefícios na terapêutica