Nas linhas do invisível: fotografias iluminadas pelo tato

Abstract

A pesquisa realizada ao longo de dois anos tem como objetivo investigar a relação de pessoas com deficiência visual e imagens. Buscando uma relativização do sentido da visão (pessoas que enxergam, pessoas com baixa visão e pessoas cegas), assumo a invisibilidade (no caso da cegueira) como um terreno de investigação. No campo feito numa aula de artes visuais a invisibilidade, fosse por completo ou em certos momentos no caso da baixa visão, estava presente e as professoras inventavam recursos para que os alunos criassem suas obras. Diante disso, houve uma abertura para o bordado se tornar método de pesquisa e recurso de acessibilidade. O primeiro veio ao longo de toda a pesquisa, me auxiliando numa aproximação com outra percepção. Já o segundo está presente na oficina de bordado que desenvolvi e planejei acessibilizar fotografias deles. Tanto a oficina como a investigação, questionam o corpo como um todo e suas diferentes percepções. Afirmar a possibilidade de criação feita por um corpo inteiro mesmo sem o sentido da visão (ou parcialmente sem) nos leva a compreender o trabalho de campo como um espaço de criatividade onde o bordado pôde adentrar e costurar percepções e temporalidades