AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA PERSISTÊNCIA DE COMUNIDADES INCRUSTANTES TRANSPLANTADAS
Persistência
Transplante
Comunidade inscrustante
Nível trófico
Comunidade incrustante
Bioinvasão
Transplante
Nutriente em água costeira
Bioinvasion
Persistence
Transplantation
Fouling communities
Trophic level
Antunes, Bruno Lopes | Posted on:
2007
Abstract
Há alguns séculos, milhares de espécies de organismos marinhos,
estuarinos e dulcícolas têm se dispersado, pela atividade humana, e se
estabelecido em partes distantes do globo, processo conhecido como
bioinvasão. As introduções biológicas mediadas pelo homem, ou bioinvasões,
têm chamado a atenção de cientistas e gestores ambientais porque podem
provocar eventos ecológicos e econômicos devastadores, por exemplo a alga
verde Caulerpa taxifolia no mar Mediterrâneo e o mexilhão dourado
(Limnoperna fortunei) na bacia do Prata. Apesar da importância da bioinvasão,
a falta de conhecimento dos processos envolvidos nesse fenômeno é uma
realidade, principalmente relacionado com o ambiente marinho. Visando
ampliar as informações nessa área de conhecimento, esse trabalho avaliou o
processo de invasão medindo a resistência de comunidades incrustantes à
mudanças ambientais, através de um experimento de transplante das mesmas
entre dois diferentes sítios, um, oligotrófico em Arraial do Cabo, e outro
eutrófico, na baía de Guanabara. Foram realizados dois experimentos idênticos
em tempos diferentes, utilizando dois estágios sucessionais considerandos
“jovens”, aquelas comunidades com dois meses de desenvolvimento e “velhas”
as com quatro meses. Comparando o processo de convergência, i.e., o quanto
comunidades transplantadas assemelham-se às comunidades residentes no
tempo (o oposto à resistência), nos dois diferentes estágios sucessionais,
somente foram encontradas diferenças significativas para um dos casos, em
comunidades de Arraial do Cabo para o segundo experimento, onde as
comunidades jovens transplantadas tornaram-se semelhantes às comunidades
residentes (convergiram) mais rapidamente que as comunidades velhas.
Possivelmente não foram encontrados efeitos devido a pequeno tempo entre
os estágios sucessionais, uma vez que espera-se que comunidades mais
velhas sejam mais resistentes a mudanças ambientais. Ao comparar o
processo entre os sítios, as comunidades na Baía de Guanabara convergiram
mais rápido do que as comunidades em Arraial do Cabo. Isso ocorre
possivelmente pelas altas taxas de produtividade em ambientes eutróficos.
Analisando-se a composição das comunidades amostradas, algumas espécies
resistiram durante um dado momento, como Codium decorticatum e Styela
plicata transplantados para Arraial do Cabo ou durante todo o processo, como
Balanus trigonus transplantado para Baía de Guanabara e em alguns casos
foram encontradas espécies já identificadas como invasores da costa brasileira,
como Isognomum bicolor. Comparando a estrutura das comunidades nos dois
sítios, encontramos que em Arraial do Cabo ocorre um predomínio de
organismos de corpo duro, inclusive nas comunidades transplantadas para
Arraial do Cabo a abundancia de espécimes de corpo duro aumentou,
principalmente pela forte pressão de predação. O inverso foi verificado para a
Baía de Guanabara, onde ocorre um predomínio de organismos de corpo mole,
normalmente espécies oportunistas, que se alternam em dominância
dependendo das condições ambientais. Assim, a identificação de potenciais
espécies invasoras bem como os processos envolvidos nesse fenômeno são
alternativas para lidar com os problemas causados pela bioinvasão.
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Document type
DissertaçãoSource
ANTUNES, Bruno Lopes. Avaliação experimental da persistência de comunidades incrustantes transplantadas. 2007. 85f. Dissertação (Mestrado em Biologia Marinha) - Instituo de Biologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007.Subject(s)
BioinvasãoPersistência
Transplante
Comunidade inscrustante
Nível trófico
Comunidade incrustante
Bioinvasão
Transplante
Nutriente em água costeira
Bioinvasion
Persistence
Transplantation
Fouling communities
Trophic level
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