Variabilidade da química defensiva de Palythoa caribaeorum (Duchassaing & Michelotti 1860) na região de Arraial do Cabo, RJ

Abstract

corais antozoários do gênero Palythoa são conhecidos por produzirem várias substâncias que atuam em diversas interações ecológicas como defesa do organismo contra predação, incrustação, competidores e microrganismos patogênicos. A palytoxina é a defesa química mais conhecida e estudada em Palythoa, considerada a mais potente toxina de origem marinha. O presente trabalho avaliou a variabilidade da química defensiva de colônias de P. caribaeorum de Arraial do Cabo, RJ, coletadas em três profundidades distintas (2, 4 e 6 metros), através de testes de suscetibilidade à predação por peixes. Não foi constatada qualquer variabilidade espacial na suscetibilidade à predação, presumivelmente devido ao alto fluxo gênico entre os locais amostrados. Os testes que avaliaram a variabilidade temporal também não apontaram diferenças significativas, indicando que a produção de defesas químicas é regulada geneticamente e não ambientalmente. Foi testado também o potencial antiincrustante de extratos brutos polares e apolares de três tratamentos diferentes de P. caribaeorum (Palythoa com muco, Palythoa sem muco e Muco de Palythoa) e foi constatado que a proteção antiincrustante provida pelo muco provavelmente é física, e que a substância que atua como química defensiva é de natureza hidrofílica, presumivelmente a palytoxina ou um análogo correspondente, já que esta é a única substância polar com potencial defensivo descrita para o gênero Palythoa. Estudos complementares são necessários com intuito de se conhecer a substância majoritária presente em P. caribaeorum e suas correspondentes expressões ecológicas.