A retroalimentação do estigma do “suspeito negro” na cidade do Rio de Janeiro

Abstract

O presente estudo tem por objetivo destrinchar, embasado por dados contundentes e reflexões atuais sobre o tema, a dinâmica por trás da política de segurança pública que impacta diretamente no trabalho do policial no front, na alta letalidade violenta e na permanência de questões sistêmicas como o racismo. A partir de um recorte temporal na cultura e divisão sócio territorial da cidade o Rio de Janeiro a partir do século XX, passando pela composição do orçamento direcionado à pasta, seu modelo de policiamento vigente, a expansão das milícias e conceitos de necropolítica, rebate-se a estratégia discursiva cada vez mais fortalecida de um Inimigo a ser combatido como plano de fundo e condão para um autoritarismo georreferenciado. Esse, muitas vezes, legitimado pela sociedade civil e não controlado por órgãos de controle externo, adensando o abismo social de pretos e pardos. O cerne do trabalho é entender quais os atores que retroalimentam o estigma do “suspeito negro” e quais as consequências desse efeito na manutenção das estruturas segregadoras, violentas, racistas e disfuncionais quando o assunto é segurança pública e uso da força policial na capital fluminense e região metropolitana