O projeto organizacional e os fatores de atração e retenção de mães engenheiras de produção

Abstract

A maternidade costuma ser um divisor de águas para a vida profissional das mulheres. Nas áreas de Ciência e Tecnologia, mais particularmente, a mulher encontra especial dificuldade para conciliar trabalho e família, pois a presença masculina é predominante, principalmente nos níveis mais estratégicos. Muitas mulheres acabam deixando o trabalho após terem filhos, apesar de terem o desejo de manter a vida profissional, por não conseguirem encontrar um posto de trabalho que propicie o equilíbrio trabalho-família. Este projeto teve o objetivo de identificar políticas de organização do trabalho que mais contribuem para a atração e retenção de mães engenheiras de produção em uma empresa. Partiu-se de uma revisão de literatura para buscar as medidas family-friendly mais disseminadas nas organizações, além das asseguradas pela legislação brasileira. Para delimitar e aprofundar a análise desses fatores, foram feitas entrevistas semiestruturadas com 5 mães engenheiras de produção, formadas no Rio de Janeiro, o que permitiu compreender o que as leva ou levaria a permanecer numa empresa e conciliar melhor a carreira e a maternidade. Através dessas conversas, foi possível notar o importante papel da flexibilização da organização do trabalho, tais como flexibilidade de local, horário e jornada de trabalho. Principalmente após a pandemia da Covid-19, a flexibilização da organização do trabalho tornou-se mais presente nas empresas e na vida de engenheiras que não encontravam uma solução viável para viver uma maternidade presente e de qualidade. Além disso, também foi possível perceber que a chefia imediata tem um papel muito importante para assegurar um bom equilíbrio trabalho-família para seus subordinados, sendo um fator imprescindível para que uma mãe engenheira de produção consiga se manter em uma empresa.