CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA E INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL ZOONÓTICO DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS MULTIRRESISTENTES ISOLADOS DE SUINOCULTURAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
LA-MRSA
Resistência a antimicrobianos
Suíno
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus resistente à meticilina
Resistência microbiana a medicamentos
Suíno
Staphylococcus aureus
LA-MRSA
Antimicrobial resistance
Swine
Talim, Joana Tavares | Posted on:
2021
Abstract
O uso de antimicrobianos na suinocultura é uma prática comum, visando manter a saúde animal e reduzir prejuízos na produção. Todavia, representa um potencial fator de risco para a seleção de cepas resistentes aos antimicrobianos. Staphylococcus aureus causa frequentemente diversos processos infecciosos tanto em humanos quanto em animais, além de poder colonizar indivíduos saudáveis. Cepas multirresistentes (resistentes a no mínimo três classes de antimicrobianos distintas), como MRSA (S. aureus resistentes a meticilina), são uma ameaça à saúde pública devido às opções limitadas de tratamento. Produtos de origem animal podem ser carreadores destes microrganismos, afetando a segurança alimentar. Embora o Brasil seja um dos maiores produtores e exportadores de
carne suína, pouco se conhece sobre a circulação destas cepas em granjas no país. Além disto, o potencial zoonótico delas ainda não está devidamente esclarecido. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo caracterizar geneticamente e investigar o potencial zoonótico de S. aureus multirresistentes
isolados de suinoculturas do estado do Rio de Janeiro. Para isso, foram coletadas secreções de mucosas nasais de 250 suínos (16 granjas) e 29 pessoas (9 granjas) que trabalhavam nas suinoculturas. Após identificação da espécie bacteriana por MALDI-TOF, foi realizada a determinação do perfil de resistência aos antimicrobianos pelo método de disco-difusão, com a confirmação de MRSA através da detecção do gene mecA. A partir do sequenciamento do genoma completo foi realizada a análise das linhagens de MRSA, dos genes de resistência e do potencial zoonótico. A identificação dos fatores associados à colonização por cepas multirresistentes se deu pela análise de dados clínicos e demográficos. S. aureus foi isolado de 6% dos suínos e 24,1% dos humanos investigados. A maioria estava colonizada por amostras multirresistentes, sendo 20% de MRSA em suínos e 14,3% em humanos. As maiores taxas de resistência observadas dentre as amostras de suínos foram para clindamicina, cloranfenicol e eritromicina (53,3% para cada um dos antimicrobianos citados) enquanto que as amostras isoladas de humanos, observou-se a resistência a penicilina G (85,7%), clindamicina (71,4%), tetraciclina (71,4%) e eritromicina (57,1%). Foram isoladas amostras LA-MRSA ST398-SCCmec V-t011 tanto de suínos quanto de um contato humano. Uma grande variedade de genes de resistência foi identificada, sendo alguns não correspondentes ao perfil fenotípico. Nenhuma amostra carreou o gene de resistência à vancomicina vanA. Amostras multirresistentes da mesma linhagem foram detectadas entre humanos e suínos da mesma granja, sugerindo um potencial zoonótico. As granjas mais tecnificadas, com uso de desinfetantes na higienização das instalações, realização de vazio sanitário, uso de antimicrobianos para outros fins além do tratamento e uso de pelo menos três classes destes foram associadas (p < 0,05) à colonização de suínos por amostras multirresistentes. Já humanos colonizados por tais amostras não foram associados aos fatores observados na população geral, como hospitalização recente e contato com indivíduos hospitalizados ou que trabalham em unidades de saúde. Logo, o contato com suínos pode ser um fator relacionado à colonização por estas cepas
[Texto sem Formatação]
[Texto sem Formatação]
Document type
DissertaçãoSubject(s)
Staphylococcus aureusLA-MRSA
Resistência a antimicrobianos
Suíno
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus resistente à meticilina
Resistência microbiana a medicamentos
Suíno
Staphylococcus aureus
LA-MRSA
Antimicrobial resistance
Swine