Reserva ou parque? Disputas e mobilizações coletivas em torno de uma Unidade de Conservação no Tinguá, Baixada Fluminense, RJ

Abstract

O presente trabalho final de graduação é fruto de uma pesquisa desenvolvida durante dois anos, com a proposta de compreender uma série de disputas e mobilizações em torno da Reserva Biológica do Tinguá (RJ), uma Unidade de Conservação de domínio federal integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. A reserva tem a maior parte de seu território em municípios da Baixada Fluminense, possui uma das maiores extensões de Mata Atlântica preservada do estado e alguns dos principais mananciais que abastecem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Desde a época de sua criação, na década de 1980, tem sido objeto de disputa entre grupos que divergem sobre sua categoria de conservação, entre Reserva Biológica e Parque Nacional. A disputa sobre a categoria de conservação da REBIO Tinguá é capaz de mobilizar diversas outras disputas, que se desenrolam em torno às propostas para o desenvolvimento na região. Procuro, através de uma etnografia multissituada (MARCUS, 1995) e dos conceitos de “cena” e “bastidores” (GOFFMAN, 1959), entender que disputas são essas, qual o papel da Reserva de Tinguá nelas, quais as propostas para o desenvolvimento na região e como elas se relacionam com as políticas públicas de meio ambiente que envolvem a possibilidade de recategorização. Também busco perseguir e mapear as redes que se articulam na elaboração dessas propostas. O trabalho envolve campo etnográfico, com acompanhamento de eventos e mobilizações nos modos presencial e virtual, além de registros da imprensa.