Educação Já: Uma proposta hegemônica empresarial para a educação brasileira

Abstract

Este artigo disserta acerca do neoprodutivismo por trás de uma organização que se dispõe a inserir, por meio de um movimento hegemônico, as percepções desse grupo na educação. Nosso objetivo é analisar os interesses desse empresariado que compõe o Todos Pela Educação e como suas ações influem na educação brasileira. O Todos Pela Educação é uma ONG que se caracteriza por tentar disputar a hegemonia num espectro nacional e, por meio da sua nova iniciativa, Educação Já, lançada em 2018, essa disputa se aprofunda, dado que essa representa uma tentativa para acelerar o processo de empresariamento da educação no período que corresponde a 2019-2022. A metodologia deste artigo se baseia globalmente na teoria gramsciana, em especial nos conceitos de hegemonia e Aparelho Hegemônico Privado (ApH). Ademais, usufruiremos da concepção crítica do Capital Humano proposta por Gaudêncio Frigotto e das noções pedagógicas elaboradas por Dermeval Saviani. O documento utilizado para análise foi o Documento Técnico de 2018 Educação Já. No artigo, concluímos que, por um processo hegemônico levado pelo neoprodutivismo, a educação brasileira entra em um curso mais elaborado em direção ao capital com o Todos Pela Educação, por meio da iniciativa Educação Já. Em síntese, as pedagogias do capital expressadas pelo TPE com o Educação Já acabam por definir as direções que a educação passa a ter entre 2019 e 2022.