Construção civil e economia brasileira: potencialidades e evolução do mercado de trabalho do setor nos anos recentes.

Abstract

O setor de construção civil é apresentado, tanto pela literatura econômica nacional quanto internacional, como um importante vetor de políticas econômicas devido ao seu elevado potencial em dinamizar a estrutura produtiva, estimular o mercado laboral, difundir o nível de renda e ampliar os indicadores de produtividade em economias em desenvolvimento. Apesar da grande relevância que a construção civil apresenta historicamente para a dinâmica macroeconômica da economia brasileira, há poucos estudos na literatura econômica nacional que buscaram demonstrar e analisar as potencialidades do referido setor na dinamização da estrutura produtiva e do mercado de trabalho e da economia brasileira e apresentar a evolução e as especificidades dos empregos gerados e/ou extintos pelo setor de construção nos anos recentes (2000 a 2018). Este trabalho, portanto, calculou e atualizou importantes indicadores que estimam o potencial do setor de construção civil para estimular o mercado laboral da economia brasileira, identificam se o setor poderia ser considerado estratégico para dinamizar a estrutura produtiva brasileira, além de demonstrar a evolução e as especificidades do mercado de trabalho formal do setor supracitado na economia brasileira. Para tanto, foram calculados, a partir do modelo insumo-produto, índices de encadeamento e multiplicadores de empregos indiretos e induzidos para a construção civil e apresentadas estatísticas descritivas que tratam da evolução e das especificidades do mercado de trabalho formal do referido setor. Verificou-se que o setor pode ser considerado estratégico para estimular o mercado de trabalho formal e informal da economia brasileira por meio da ampliação de investimentos direcionados e que os empregos formais da construção civil cresceram drasticamente no decorrer dos anos de expansão da atividade econômica brasileira (2006 a 2013) e apresentou quedas abruptas no decorrer da grave crise que assolou a sociedade brasileira no biênio 2015-2016 e tímida recuperação a partir de então. Empregos estes que absorviam trabalhadores com baixos níveis de escolaridade e que tinham como característica baixos níveis de remuneração.