O (NÃO) LUGAR DA EJA NOS PARTIDOS: A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TRABALHADORES NOS DOCUMENTOS DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS (2003-2018)
Partidos Políticos
Hegemonia
Educação de adultos
Partido político
Youth and Adult Education
Political Parties
Hegemony
Mata, Lohana Antunes da | Postado em:
2021
Resumo
A presente dissertação teve como objetivo analisar as concepções de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) contidas nos documentos dos partidos políticos brasileiros, no período de 2003
a 2018. A pesquisa apresentou como principais questões: Quais as concepções de EJA
(incluindo a “desresponsabilização como política pública educacional”) expressas pelos
partidos? As concepções de EJA nesses partidos estão em consonância com as concepções de
formação humana e de sociedade por eles defendidas? Qual projeto de ser humano e sociedade
defendem? Sendo assim, esta pesquisa partiu da hipótese de que a EJA é negligenciada pelos
partidos políticos, uma vez que eles não apresentam de forma explícita em seus documentos a
real importância da modalidade, ignorando-a enquanto Educação Básica em Nível Fundamental
e Médio. Já a perspectiva epistemológica que orienta o desenvolvimento deste trabalho é o
materialismo histórico-dialético, por possibilitar a apreensão da totalidade que compõe o objeto
e a análise das suas diferentes formas de desenvolvimento. Do ponto de vista metodológico, o
corpus empírico da pesquisa foi construído a partir do levantamento dos documentos dos 33
partidos brasileiros em seus sites oficiais, com registro atual no Tribunal Regional Eleitoral
(TRE), e da análise das fontes documentais. Dessa forma, buscou-se localizar em cada um dos
partidos as concepções contidas em seus documentos para, assim, identificar o (não) lugar da
EJA. Os resultados da pesquisa indicaram que poucos partidos apresentam uma proposta de
política para a EJA, sendo possível constatar as contradições existentes na práxis das políticas
educacionais com as leis que as estabeleceram. Logo, o (não) lugar da EJA não se resume
apenas à não citação explícita de sua nomenclatura nos documentos, mas ao descaso e ao
desinteresse dos partidos em criar políticas públicas que atendam às especificidades da
modalidade. Assim, as considerações finais destacam como a falta da EJA em todos os partidos
não é mera coincidência, mas retrato de uma política abastada de representatividade e
autonomia que foi afetada pelos interesses do sistema econômico neoliberal. Portanto, para
realizar esta pesquisa, foram utilizadas algumas categorias de análise, como partido político em
Gramsci (2017), ideologia, hegemonia e Estado ampliado, que ajudaram no entendimento da
complexidade do objeto. Para isso, além dos estudos gramscianos, tiveram ênfase a obra
clássica de Marx (2004) e autores contemporâneos como Rummert (2007a), Gracindo (1994),
Coutinho, C. N. (2010), Fernandes (1976), Ventura (2011), entre outros.
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Tipo de documento
DissertaçãoFonte
MATA, Lohana Antunes da. O (não) lugar da EJA nos partidos: a Educação de Jovens e Adultos trabalhadores nos documentos dos partidos políticos brasileiros (2003-2018). 2021. 170f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.Assunto(s)
Educação de Jovens e AdultosPartidos Políticos
Hegemonia
Educação de adultos
Partido político
Youth and Adult Education
Political Parties
Hegemony