O coice da égua: leitura de mundo e signos do território a partir do livro de Valeska Torres

Abstract

O objetivo deste ensaio é apresentar o livro de Valeska Torres “O coice da égua” (7letras, 2019) a partir de um jogo interpretativo ligado ao conceito de território. Nesse contexto, proponho reflexões sobre o processo de formação de leitores, especificamente em situações de oficina literária, onde tive oportunidade de entrar em contato com a obra da poeta. Para tanto recorro ao conceito de signo como mediador das relações de ensino-aprendizagem, calcado na oralidade e nos processos de semiose no mundo. O texto privilegia os cruzamentos entre a experiência do território, a experiência de leitura e o jogo, narrando a partir do ponto de vista do leitor-oficinando, testando a literatura como um jogo em que nossas leituras de mundo servem para alimentar as fases e cenários. Ao longo do texto, todavia, busco colocar questões pertinentes à problemática da leitura dentro e fora do processo de escolarização, analisado como problema cultural e social. O trabalho consiste numa primeira parte dedicada predominantemente à leitura do texto de Valeska, numa segunda parte dedicada à exploração da ideia de ensino como gênero discursivo, literário e como composição. Na terceira parte, proponho uma tentativa de síntese dos dois movimentos anteriores, e na quarta e conclusiva, trago uma proposição de oficina literária a partir da leitura do livro de Valeska. Ao longo do texto traço breves considerações pessoais sobre meu próprio processo de leitura da obra, que incluem registros fotográficos de minha autoria, imagens colhidas da internet e reflexões num diálogo com o território de O coice da égua.