A influência do consumo materno da farinha de linhaça durante a lactação na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis em ratos wistar adultos que realizaram exercício físico

Abstract

A inatividade física e os maus hábitos alimentares estão entre os maiores fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Contudo, estudos demonstram que a exposição materna a linhaça durante a lactação pode influenciar positivamente na redução da progressão de processos inflamatórios, por meio do fenômeno conhecido como programação metabólica. Ademais, a prática regular de exercício físico e a alimentação saudável, ao longo da vida, vem sendo recomendada para a prevenção de DCNT. O presente estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do consumo materno de linhaça durante a lactação na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) associada ao exercício físico moderado em ratos Wistar adultos, aos 180 dias de vida. Após o parto as mães foram divididas aleatoriamente em dois grupos (n=12 mães/grupo): grupo controle (GC) e grupo linhaça (GL), ratos cujas mães foram alimentadas com dieta contendo farinha de linhaça. Aos 21 dias ocorreu o desmame, os filhotes machos foram separados em quatro grupos (n=6/grupo), todos recebendo ração comercial: Controle (GC); Controle + Exercício (GCEX); Linhaça (GL); Linhaça + Exercício (GLEX) ratos cujas mães foram alimentadas com dieta contendo farinha de linhaça. Durante os 180 dias, foi realizada a pesagem dos animais, a determinação da ingestão diária de ração, a PAS e o exercício físico durante uma hora por dia, cinco vezes por semana, com velocidade de 10m/min. Aos 180 dias de vida houve o jejum de 6 horas, e após receberem anestesia e analgesia foram submetidos à avaliação da composição corporal com a análise de massa magra (g), massa gorda (g), percentual de gordura (%), depois disso, houve a eutanásia por punção cardíaca. O sangue seguiu para análise de creatinina, ureia e fração lipídica. Análises estatísticas foram realizadas no GraphPad Prism 5.0 com nível de significância de p<0,05 com adicionais testes. O GLEX apresentou menor percentual de gordura (%) comparado ao grupo GL (p=0,043). A massa corporal, massa magra e massa gorda não foram alteradas entre os grupos ao longo do estudo. O consumo materno de linhaça e o exercício físico não exerceram diferenças na pressão arterial entre os grupos (p = 0,9839). Não foi observado diferença significativa entre os grupos,em relação à massa absoluta e relativa do tecido adiposo epididimário (TAE) e marrom, entretanto houve uma tendência para a diminuição da massa absoluta e relativa do TAE no GLEX em relação ao GC (p=0,083 e p=0,071, respectivamente). Pode-se observar que a massa absoluta (p=0,002) e relativa (0,0016) do tecido adiposo inguinal apresentaram diferença significativa entre os grupos, entretanto o GCEX, GL e GLEX apresentaram menores valores quando comparados ao GC. Não foi observada diferença significativa entre os grupos em relação ao perfil lipídico, creatinina e ureia. Portanto, foi possível observar efeitos do consumo materno de linhaça durante a lactação associada ao exercício físico moderado em parâmetros que atuam na prevenção de DCNT em ratos Wistar adultos, aos 180 dias de vida. Contudo, estudos futuros são necessários para melhor elucidação quanto à influência do consumo materno de linhaça e o exercício físico na prevenção de DCNT.