AVALIAÇÃO DA DISPLASIA EPITELIAL NAS LESÕES LIQUENOIDES ORAIS
líquen plano oral
displasia epitelial
desordens potencialmente malignas
Liquen plano oral
oral lichenoid lesion
oral lichen planus
epithelial dysplasia
potentially malignant disorders.
Resumen
Introdução: O termo lesão liquenoide foi introduzido, inicialmente, pela dermatologia, há quase meio século. No entanto, a primeira descrição das lesões liquenoides orais foi feita em 1982. Desde então, poucos estudos epidemiológicos e sobre o potencial de malignização foram feitos sobre essas lesões. Acredita-se que a presença das lesões liquenoides orais seja subnotificada, tanto por conta de sua semelhança clínica e histopatológica com o líquen plano oral e pela dificuldade de se ter um critério bem definido para o seu diagnóstico, quanto pela dificuldade de se estabelecer sua associação temporal com o seu surgimento. Recentemente, o Centro de colaboradores da Organização Mundial da Saúde propôs introduzir as lesões liquenoides orais dentro das desordens potencialmente malignas. Objetivo: Verificar a presença e o grau de severidade da displasia epitelial nas lesões liquenoides orais. Material e Métodos: A amostra foi de conveniência, composta por participantes com o diagnóstico clínico e/ou histopatológico de lesões liquenoide orais, líquen plano oral, reação liquenoide oral ou mucosite liquenoide oral do Ambulatório de Diagnóstico Oral do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, no período de 2009 a 2019 e que, após revisão clínica e histopatológica, não se enquadraram no diagnóstico de líquen plano oral pelos critérios proposto pela Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial. Os dados demográficos e clínicos foram coletados a partir das informações e fotografias contidas no prontuário eletrônico destes pacientes. Foi realizada a reavaliação histopatológica das lesões, incluindo a presença e a gravidade da displasia epitelial. Resultados: De um total de 125 participantes selecionados, 10 apresentaram lesões liquenoides orais, sendo 40,0% de lesões liquenoides orais por contato com restaurações odontológicas, 30,0% de lesões liquenoides medicamentosas e 30,0% lesões liquenoides assimétricas. A maioria dos indivíduos é do sexo feminino (70,0%), pardos (40,0%), tabagistas (70,0%) e etilistas (40,0%). A metade dos participantes apresentaram lesões envolvendo múltiplos sítios. Os sítios mais acometidos foram língua (70,0%), mucosa jugal (50,0%) e mucosa labial (40,0%). Em relação ao padrão clínico, a maioria das lesões se apresentou branca (reticular e placa, 90,0%, cada). Dos achados histopatológicos, a acantose e os corpúsculos de Civatte foram observados em 90,9% dos casos. A incontinência pigmentar e os dentes de serra foram identificados em 81,8%. Sobre o infiltrado inflamatório foi encontrado, além de linfócitos, melanófagos e plasmócitos (72,7% cada). A presença de displasia epitelial
foi observada em 72,7% dos casos, sendo 75,0% classificada como displasia leve, 12,5% como moderada e 12,5% como intensa. Todas as lesões liquenoides orais por contato com restaurações odontológicas e lesões liquenoides assimétricas e a maioria (80%) dos participantes tabagistas e etilistas apresentaram displasia epitelial. Conclusão: É comum a presença de displasias epiteliais, especialmente com grau leve nas lesões liquenoides orais
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Tipo de documento
DissertaçãoFuente
SILVA, Laiza Angela de Medeiros Nunes da. Avaliação da displasia epitelial nas lesões liquenoides orais. 2021. 104 f. Dissertação (Mestrado em Patologia) - Programa de Pós-Graduação em Patologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.Sujeta/Sujeto(s)
lesão liquenoide orallíquen plano oral
displasia epitelial
desordens potencialmente malignas
Liquen plano oral
oral lichenoid lesion
oral lichen planus
epithelial dysplasia
potentially malignant disorders.