Agentes tópicos para prevenção de radiodermatite em pacientes com câncer: revisão sistemática

Abstract

Introdução: A radioterapia é uma modalidade terapêutica empregada no tratamento do câncer. A radiação utilizada nesse tratamento pode resultar em uma reação cutânea denominada radiodermatite, caracterizada por produzir na pele hipersensibilidade, hiperpigmentação, dor, prurido, descamação e podendo, em estágios avançados, evoluir para necrose. Objetivo: Analisar as evidências disponíveis sobre o efeito dos agentes tópicos utilizados na prevenção da radiodermatite no paciente com câncer. Método: Revisão sistemática de literatura construída conforme os passos recomendados pelo JBI: elaboração da pergunta de pesquisa; definição de critérios de inclusão e de exclusão; busca na literatura; seleção dos estudos; análise de risco de viés; extração dos dados; análise e síntese dos dados; e apresentação e interpretação dos resultados e avaliação da qualidade das evidências. Resultados: Foram selecionados 13 estudos clínicos randomizados duplamente cegos publicados nos últimos 40 anos, que avaliaram diferentes agentes tópicos para prevenir a radiodermatite, quais sejam: corticosteroides de ação antioxidante e fitoterápicos. A avaliação da qualidade metodológica de cada um deles foi considerada apropriada. Em contrapartida, a qualidade da evidência gerada pela reunião dos estudos foi classificada como baixa, independentemente do tipo de agente tópico empregado, o que sugere que a confiança no seu efeito é limitada e torna a força de recomendação fraca. Conclusão: Esta revisão sistemática demonstrou que alguns agentes tópicos corticosteroides (valerato de betametasona, furoato de mometasona 1% e hidrocortisona 1%), de ação antioxidante (boro, melatonina e óleo de Emu) e fitoterápicos (Nigella sativa) são promissores para a prevenção de radiodermatite, embora as evidências aqui reunidas sobre a eficácia deles não permita indicar seu uso para a prevenção de radiodermatite em pacientes com câncer e, por isso, necessitam ser investigados mais profundamente em novos estudos clínicos randomizados.