Fatores de risco para o despertar intraoperatório e os cuidados de enfermagem: revisão de escopo

Abstract

Introdução: O despertar intraoperatório é descrito como um evento adverso raro, cujo mecanismo básico consiste no desequilíbrio entre os efeitos consequentes da atuação de fármacos anestésicos, juntamente com o efeito da agressão cirúrgica, resultando no retorno da consciência do paciente durante a anestesia geral e, apesar da variabilidade de sua ocorrência, este evento quando consolidado pode acarretar em consequências psicológicas para os pacientes. Partindo desse pressuposto, o profissional de enfermagem da área cirúrgica possui papel indispensável para a prevenção deste evento e tratamento de suas consequências, sendo um diferencial para o acompanhamento do paciente em todo o período que compreende o pré operatório, intraoperatório e pós-operatório. Objetivo: Mapear, a partir da literatura internacional, os cuidados de enfermagem frente aos fatores de risco identificados para o despertar intraoperatório, no que tange os períodos pré-operatório, intraoperatório e pós operatório. Metodologia: Trata-se de uma revisão de escopo, método proposto pelo Instituto Joanna Briggs (JBI), orientado pelo Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA–ScR) Checklist), registrada na plataforma Open Science Framework nº 10.17605/OSF.IO/5J2VQ. Os descritores foram elegidos por meio do acrônimo PCC, onde o P (população) foram pacientes adultos e idosos submetidos a procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral, C (conceito) fatores de risco para o despertar intraoperatório e C (contexto) cuidados de enfermagem frente ao despertar intraoperatório, os quais foram atrelados aos operadores booleanos AND (e) e OR (ou). As bases de dados utilizadas para a pesquisa foram: BVS, CINAHL, Embase, PubMed, LILACS, Scielo, Scopus e WOS. Resultados: A partir da busca foram encontradas 572 publicações potenciais, e, deste total, foram excluídas 164 duplicatas, resultando em 408 estudos, que foram analisados por 2 avaliadores independentes, totalizando 51 artigos para leitura na íntegra, dos quais, após a aplicação dos critérios de exclusão, 28 artigos foram desconsiderados, restando assim um total de 23 estudos para inclusão na síntese. Considerações finais: Por meio deste estudo foi possível mapear os fatores de risco para o despertar intraoperatório, estratégias de prevenção e identificar as consequências de tal evento, além de possibilidades de tratamento para amenizar os efeitos de tais danos. Porém, apesar do enfermeiro ser o profissional que exerce maior contato e acompanhamento do paciente em todo o período perioperatório, não foram encontrados estudos que descrevam a atuação dos mesmo para com a identificação de fatores de risco, prevenção e cuidados pós operatórios a pacientes que experimentaram o despertar operatório.