Epilepsias em pacientes com doença de Alzheimer: determinação da prevalência e caracterização de pacientes acompanhados em hospital terciário no Estado do Rio de Janeiro

Abstract

JUSTIFICATIVA: O aumento da prevalência de doenças crônicas, como a Doença de Alzheimer (DA) e epilepsia, impõe a construção de uma estratégia de atendimento, diagnóstico e tratamento mais acessível e eficaz para a população idosa. OBJETIVOS: Determinar a prevalência de epilepsia em pacientes com Doença de Alzheimer, atendidos no ambulatório de Distúrbios Neurocognitivos do hospital universitário Antônio Pedro,da cidade de Niterói/RJ; caracterizar os indivíduos quanto ao gênero, à idade, morbidades associadas, escolaridade, sintomas da DA e epilepsia, período do diagnóstico da epilepsia em relação à doença de Alzheimer, medicações utilizadas. Comparar os resultados de estudos brasileiros e mundiais sobre o assunto. MÉTODO: análise e coleta de dados de prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de Neurocognição, de um hospital de universitário da cidade de Niterói, RJ, no período de setembro de 2017 a março de 2018.Os dados foram armazenados em tabela Excel- Windows 2010 e analisados via programa EPI. Info versão 7.2.3.1 e os resultados comparados com casuísticas de estudos mundiais e brasileiros. RESULTADOS: 30 prontuários (20%) apresentavam epilepsia e doença de Alzheimer. Desses 30 individuos 54% eram do gênero feminino; médias de idade de 62 anos e 6 anos de escolaridade. Em 52% os sintomas de esquecimentos foram os mais comuns na DA, tremor generalizado foi o sintoma de epilepsia que ocorreu em 29,54% dos pacientes como primeiro sintoma, e a epilepsia foi diagnosticada após a DA em 51,6%. O tipo de epilepsia mais comum foi a generalizada motora (36,67%). MEEM entre 20-24 (30%) e CDR de 1(47%) foram os mais prevalentes nesta amostra. A HAS e outras morbidades, como as doenças reumatológicas, estão entre as mais associadas (19,76% e 22,36%, respectivamente). Donepezila, para tratamento de DA e lamotrigina, para tratamento de epilepsia, estão entre os fármacos mais utilizados nesta amostra (46,66% e 27,90%, respectivamente). CONCLUSÃO: A amostra de pacientes com DA e epilepsia é de indivíduos com médias de idade de 62 anos e de escolaridade de 6 anos, hipertensos ou possuem a outras morbidades, queixas de esquecimentos na DA e tremores generalizados na epilepsia. Apresentam, grande parte, epilepsia do tipo generalizada motora,apresentam resultados do MEEM relativamente altos e CDR com demência leve a moderada, utilizando donepezila e lamotrigina para tratamentos, além de serem, em sua maioria, composta por mulheres. Prevalência de epilepsia nesta amostra foi de 20%. Os resultados encontrados na amostra deste estudo seguem os padrões evidenciados na maioria dos estudos brasileiros e mundiais.