O que é uma aula bacana para as crianças da turma 101 da escola Marie Curie?

Abstract

A pesquisa em questão tem como título: O que é uma aula bacana para as crianças da Turma 101 da escola Marie Curie? Neste trabalho entendemos o conceito de aula como o usado pelos gregos “aulé” cujo significado remete ao encontro entre mestres e discípulos com a finalidade do ensino. A palavra “bacana” usada para adjetivar o vocábulo “aula”, nesta tese, será empregada conforme os seguintes sentidos: agradável, positivo, bonito, bom, interessante, admirável, adorável. Desta forma a aula bacana é considerada uma aula boa e interessante na visão das crianças da turma esquisada. Duque de Caxias é uma cidade da Região da Baixada Fluminense no estado do Rio de Janeiro com quase um milhão de habitantes, segunda maior economia do estado, , no entanto, 14,9% da população da cidade vive a condição do analfabetismo, o que equivale a um patamar de 110.461de pessoas, o que nos faz compreender que o tema da alfabetização é extremamente relevante na educação, sobretudo, a realizada nas escolas públicas da cidade, como é o caso desta pesquisa. As pesquisas ligadas ao viés da Pedagogia Social são pautadas através do eixo denúncia/anúncio. Aqui, a denúncia se constitui na constatação da falta de vontade política do governo municipal de Duque de Caxias em investir em Políticas Públicas de: Alfabetização, Formação de Professores Alfabetizadores, Melhoria da qualidade da escola pública municipal e em fzer cumprir o horário de 1/3 de planejamento e estudo dentro da carga horária de trabalho do professor como rege a lei. Quanto ao anúncio trata-se de anunciar uma proposta alternativa de alfabetização dos vulneráveis baseada em seus interesses e curiosidades, levando em conta também sua cultura e linguagem. A pesquisa visa refletir a respeito da necessidade de adaptação do currículo escolar de forma a atender tanto as demandas das DCNs (Diretrizes curriculares nacionais como as necessidades coletivas e individuais dos sujeitos do processo educativo da alfabetização, através da defesa de que as adaptações necessárias ao currículo escolar somente se concretizarão a partir do resgate do respeito a autonomia docente, entendendo que professor é o real mediador e articulador da flexibilização do currículo, sendo que a via dessa efetivação passa pelo diálogo entre professores e estudantes que colaborativamente articulam a criação de um currículo adaptado às necessidades do grupo social e dos sujeitos a quem a educação se destina. A base epistemológica desta pesquisa se encontra na educação crítico-dialética de Paulo Freire, a partir da qual ele defende a ideia de que o conhecimento verdadeiro se realiza num movimento cíclico (ciclo gnosiológico) tendo como ponto de partida a curiosidade dos sujeitos que a partir da autoconsciência do seu inacabamento se movimentam em busca de respostas partindo do conhecimento de que dispõe e nesta busca por aprofundamento este conhecimento vai se transformando em curiosidade epistêmica ao se fazerem rigorosamente metódico e crítico. Michail Bakhtin é outro autor que se une a Freire para defender a importância da linguagem e da cultura na formação e compreensão do sujeito-histórico, visto que esses dois aspectos são os responsáveis pela constituição do pensamento e visão de mundo dos sujeitos. Esta pesquisa leva em conta os preceitos da Pedagogia Social que defende uma educação voltada para os sujeitos que vivem em condições de vulnerabilidades a partir do acolhimento, aceitação e práticas pedagógicas que promovam a aprendizagem dos sujeitos que vivem em locais onde a pobreza e a falta de políticas públicas expõem a população a toda sorte de sofrimentos. Esta pesquisa está ligada ao campo das Políticas Públicas através do Campo de confluência Políticas,

Educação, Formação e Sociedade (PEFS). A metodologia empregada é a Pesquisa- Participante com base em autores como Brandão, Minayo e Fazenda.