Identificação de competências para farmacêuticos egressos de programas de residência na área hospitalar

Abstract

INTRODUÇÃO: A residência na área de Farmácia surgiu no cenário hospitalar como forma de reorganização dos serviços de saúde, focada na prática integrada. Os currículos orientados por competências devem alinhar metodologias de ensino-aprendizagem, práticas pedagógicas para diferentes contextos e cenários de aprendizagem, métodos de avaliação e atividades de pesquisa. OBJETIVO: Discutir a formação por competências no âmbito da Residência em Farmácia Hospitalar. MÉTODOS: A pesquisa foi dividida nas etapas: (i) Discussão de competências em Farmácia Hospitalar na Residência por meio de revisão de escopo; (ii) Mapeamento do perfil das residências para farmacêuticos no Brasil; (iii) Construção de ferramenta de identificação dos períodos de formação de competências para Residência na área de farmácia hospitalar e (iv) Estudo de caso dos programas de Residência da Universidade Federal Fluminense para farmacêuticos para identificação da percepção de docentes, tutores/preceptores e egressos. A pesquisa foi aprovada pelo CEP - HUAP/UFF. RESULTADOS: A revisão de escopo selecionou nove artigos e diretrizes publicados e permitiu identificar lacunas de conhecimento compilando e comparando as estratégias utilizadas pelos programas de residência. O panorama dos programas de residência para farmacêuticos no Brasil identificou vagas em 216 cursos. O resultado mostra distribuição desigual dos cursos e vagas, concentrados na região sudeste. Os programas são financiados em sua maioria pelo sistema público de saúde, com predominância da rede federal (38,8 %). Independente do modelo de Programa de Residência, o principal cenário de prática é o hospital, estando distribuídos principalmente nas áreas de oncologia (9,6 %), terapia intensiva (9,1 %) e urgência e emergência (6,7 %). Na terceira etapa o questionário foi respondido por 32 (84,2 %) docentes e preceptores/tutores, enquanto para os egressos houve participação de 50 % (16) dos convidados. A avaliação mostrou que a maioria dos Objetivos Educacionais (OE) propostos foram considerados “Essenciais” ou “Importantes”, e que o nível “Pleno” pode ser alcançado ao final da Residência em 98 % dos OE. O último ponto avaliado mostrou que o nível de aprendizagem ao final do curso transita nos estágios da etapa “fazer”, relacionado de “Aplicar até Criar” da taxonomia de Bloom. CONCLUSÃO: A revisão de escopo identificou diretrizes sobre modelos de programas de residência em países com estratégias consolidadas. Embora considerar a realidade de uma instituição possa representar limitação da pesquisa, o mapeamento das residências para farmacêuticos no Brasil, apontou que os programas da UFF têm representatividade no cenário nacional, sugerindo que seja possível extrapolação futura dos resultados para outros programas. A proposta de identificação de competências foi fundamental ao identificar que os OE e Domínios indicados são “Essenciais” ou “Importantes”. Adicionalmente, fomentou a inovação ao apontar o desenvolvimento progressivo da autonomia de desempenho das competências, ao longo de curso, para execução das práticas do farmacêutico hospitalar.