Saberes de pais /responsáveis e funcionários de Centros de Educação Infantil de Petrópolis, RJ, sobre parasitoses intestinais

Abstract

As parasitoses intestinais ainda são consideradas um grave problema de saúde pública no Brasil, sendo constantemente associadas a quadros de diarreia e desnutrição. Esses fatores em conjunto influenciam diretamente no rendimento escolar e pré-escolar, tanto físico como intelectual, dos indivíduos infectados, principalmente as crianças. A falta de conhecimento ou nível insatisfatório de informações sobre parasitos intestinais e sua profilaxia tem sido considerado por diversos estudos como uma das principais causas da ocorrência de parasitoses. Desta forma, quanto mais conhecimento sobre a doença, melhor poderá ser a adesão ao tratamento. A educação em saúde constitui uma ferramenta indispensável para promoção da saúde da população e neste contexto insere-se a prática do profissional enfermeiro na atenção básica. Baseado nestas informações, foi proposto um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualiquantitativa, relacionado a identificação do conhecimento sobre parasitoses intestinais de funcionários e pais/responsáveis de crianças de dois Centros de Educação Infantil de Petrópolis-RJ, um localizado no Centro e outro em Pedro do Rio, por meio de um questionário. O questionário foi constituído por sete perguntas com objetivo de identificar conceitos, etiologia, habitat, transmissão e profilaxia sobre parasitos intestinais. Participaram do estudo 57,1% (48/84) de pais/responsáveis por crianças e 48,4% (16/33) funcionários pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os funcionários e 45/48 (93,8%) pais/responsáveis responderam ao questionário de saberes. Na definição de parasitoses intestinais 3,3% (2/61) dos participantes responderam de forma correta. Nas respostas parcialmente corretas houve associação principalmente ao termo vermes, e observou-se pouco conhecimento sobre protozoários, com entendimento de que os termos verme e parasito intestinal seriam sinônimos. Como exemplos de parasitos, lombriga foi o termo mais frequente. A maioria dos participantes relacionou o habitat como barriga ou intestino de forma correta. Quanto a transmissão evidenciou-se que a maioria dos pais/responsáveis e dos funcionários respondeu de forma correta ou parcialmente correta, relacionado a alimentos e água contaminados, mãos sujas, terra e boca. Todos os participantes identificaram que as parasitoses intestinais representam risco para a saúde, porém alguns não justificaram. Quanto a prevenção a maioria respondeu corretamente, havendo respostas incompletas. Apesar da existência de informações corretas, em 6/7 parâmetros pode-se observar a coexistência de informações incorretas ou fragmentadas, o que representa um risco para aquisição de parasitoses intestinais. Cabe ao profissional enfermeiro priorizar ações educativas voltadas para parasitoses intestinais no sentido de possibilitar a formação de cidadão capazes de intervir na comunidade onde se inserem, possibilitando um desenvolvimento infantil saudável e um futuro sólido a sociedade.