LUTA POR JUSTIÇA TERRITORIAL EM NITERÓI: A ANTIGEOPOLÍTICA DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO
Niterói
Antigeopolítica
Justiça territorial
Unidade ativa
Territorialidade humana
Geopolítica
MTST
Movimentos social urbano
MTST
Niterói
Anti-geopolitics
Territorial justice
Active unit
Abstract
No presente trabalho, analisa-se a geografia política da cidade praticada pelo
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na cidade de Niterói, localizada na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Parte-se da perspectiva pós-estruturalista,
ancoradas nas Epistemologias do Sul, para a construção de um debate sobre
geografia e ética dotado de posicionalidade em prol da justiça territorial e do direito à
cidade. No âmbito metodológico, inicia-se uma revisão bibliográfica para a
construção do corpo teórico-conceitual do texto. A base empírica é construída por
meio de um “exercício etnográfico” iniciado no fim de 2018 e concluído no início de
2020. Durante esse período, obtivemos dados quantitativos por meio de aplicação
de inquéritos e expressos em gráficos, além de dados qualitativos através da
descrição densa e de entrevistas semiestruturadas. Além dos trabalhos do campo,
parte das atividades do MTST foi monitorada através do acesso constante às redes
sociais do próprio movimento. Como o MTST em Niterói se organiza? Quem são os
sujeitos que compõem o corpo social dessa unidade ativa? Quais são as principais
estratégias adotadas pelo movimento na luta pelo direito à morada nos territórios
niteroienses? No âmbito estratégico, quais os critérios decisivos de escolha para a
realização das ocupações? Que constrangimentos são mais latentes para dificultar a
organização desses sem-teto em sua cidade? Em síntese, avaliamos, por meio da
luta do MTST pelo direito à morada, partindo da questão central de como o direito à
cidade justa é negado em Niterói. Essa problemática nos conduziu a
questionamentos específicos: No primeiro capítulo, apresenta-se uma síntese
teórico-conceitual sobre a geopolítica crítica, a antigeopolítica, o direito à cidade e a
justiça territorial. No segundo capítulo, abordam-se a evolução e o perfil dos
movimentos sociais urbanos no território brasileiro. Em seguida, faremos um
apanhado histórico do MTST e de sua atuação em cidades onde o movimento
apresenta maior organicidade. No terceiro capítulo, discorre-se sobre a evolução
urbana de Niterói desembocando em nosso questionamento acerca da marca do
território de “cidade sorriso”. No quarto e último capítulo, investiga-se a atuação do
MTST na cidade, a partir do conceito de unidade ativa com o foco em seus sujeitos
corporificados e territorializados. Nas considerações finais, recuperam-se os valores
éticos evocados e praticados pelo MTST, tais como a empatia, a solidariedade ativa
e a cooperação. Em nossa conclusão, comprovamos a hipótese que originou a
vi
principal indagação desta dissertação: Niterói, apesar de sua marca no território de
“cidade sorriso”, configura-se com um território injusto e que nega o direito à morada
aos sem-teto, apesar do moroso avanço nas negociações desde a primeira
ocupação, em 2015, suscitando o desenho e o desejo de horizontes para a
cidadania e a democracia plenas.
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Document type
DissertaçãoSource
WERMINGHOFF, Felipe Nascimento. Luta por justiça territorial em Niterói: a antigeopolítica do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. 2020. 168f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.Subject(s)
MTSTNiterói
Antigeopolítica
Justiça territorial
Unidade ativa
Territorialidade humana
Geopolítica
MTST
Movimentos social urbano
MTST
Niterói
Anti-geopolitics
Territorial justice
Active unit