Os caminhos de construção da hegemonia chinesa: breve estudo sobre a relação Moçambique-China

Abstract

Nesta monografia, tem como objetivo a análise das relações entre a China e Moçambique atentando para os impactos da presença chinesa na África em setores como a construção civil e a agricultura ao longo do século XXI. A contínua e crescente presença da China na África demonstra têm estado em evidência uma vez que a China apresenta um modelo econômico e político diferente dos países ocidentais, além de oferecer investimentos de maneira menos restritiva do que se observa em relação aos Estados e instituições ocidentais. As razões relacionadas a presença da China na África estão ligadas a busca por matérias-primas, a busca de terras para o cultivo de alimentos voltado para a exportação de volta ao mercado chinês, a busca por novos mercados para absorver os bens de consumo produzidos pela indústria chinesa e por fim o aumento de sua visibilidade no cenário internacional. A África possui as matérias-primas, mas carece de tecnologia e infraestrutura para explorá-las. O aumento da interação comercial e de investimentos implica em políticas de boa relação entre a China e os países africanos, cultivando laços e apoio político sendo Moçambique um deste países onde se verifica a crescente presença chinesa em setores como construção civil, extrativismo como madeireiro e agricultura além do oferecimento de auxílio nas áreas da saúde e educação. O interesse de Moçambique nos investimentos chineses almeja em diminuir a sua dependência dos doadores e investidores tradicionais, o cancelamento de dívidas, o fortalecimento das relações bilaterais a captação de técnicas agrícolas e os baixos custos para a construção de obras de infraestrutura. Neste trabalho, se analisa a ascensão da China, a sua relação com os países asiáticos e o projeto Nova Rota da Seda. Têm se como objetivo elucidar questões sobre o modelo de cooperação e desenvolvimento oferecido pela China além de considerar os impactos da presença chinesa na sociedade moçambicana, que incluem expropriações, abusos nas relações entre os trabalhadores chineses e moçambicanos e a falta de investimentos no desenvolvimento da capacitação local.