DA ORDEM CÓSMICA À DESORDEM TERRITORIAL: A GEOGRAFICIDADE AMERÍNDIA NO CHÃO DE ABYA YALE OU AMÉRICA LATINA
Ação
Cosmopolítica
Territorialização
Territorialidade humana
Geografia humana
Aldeia indígena
América Latina
Ontological Geopgraphy
Action
Cosmopolitic
Territorialization
Abstract
Esta tese é dividida em quatro tomos. Ela busca uma continuidade ontológica entre a geografia e o pensamento indígena, apreendendo suas categorias semânticas de explicação do mundo, tendo por inspíração as Mitológicas de Claude-Levi-Strauss e a obra de Deleuze & Guattari (sobretudo Mil Platôs e o Anti-Édipo) e, ainda, o perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro, autores com os quais desde a Geografia, busco dialogar. As categoria central tomada por esta tese para este diálogo com o pensamento ameríndio e o perspectivismo é a noção de geograficidade, tomada nos temos da fenomenologia de Eric Dardel e do processo de hominização (numa perspectiva marxiana). No primeiro tomo (i. um idéia... ), procuro realizar um debate sobre Imaginação e realidade, tomando por base a mitologia ameríndia e a teoria da ação como geograficidade. No segundo tomo (ii. ...que ganha corpo.), busca-se apresentar uma imersão nas categorias semânticas da “realidade” indígena, distinguindo (a la Deleuze & Guattari) mapa (a geograficidade ameríndia) e decalque (as leituras “paralisantes” que temos), o que se faz pelo registro do espaço como corporeirdade, com base em Elias Lima e Marcos Mondardo, e ainda, na teoria do perspectivismo ameríndio. Desenha um esboço do estatuto ameríndio da alteridade, por um lado, e por outro, das relações entre cultura, natureza e sobrenatureza nas sociedades ameríndias, que se organizam forjando um código que pode ser visto como um patriarcado de baixa intensidade, como propôs Rita Segatto. O terceiro tomo (iii. ...um corpo que vira território...), por sua vez, dedica-se ao processo de sobrecodificação despótica-colonial, cujas configurações geográficas – colonização e a colonialidade – inscrevem em Abya Yala as praxes trerritoriais ibéricas, num processo de ressignificação de mundo. Estas praxes, serão analisadas nos termos propostos por Deleuze & Guattari, que tomam o Estado como o primeiro grande movimento de territorialização na/da história. A territorialização despótica-colonial é vista como “masculinização”, Édipo... leia-se o conjunto de práticas misóginas que se impôe por meio das praxes territoriais ibéricas e do indigenismo, como parte deste processo. O conceito, neste tomo, é o poder despótico-territorial, e as categorias de análise são representação, o poder delegado e o rosto deslocado. Por fim, o quarto tomo (iv. ...um território que se destrói.) visa registrar o processo de desterritoriaslização e a multiplicidade de reações indígenas (como processos de reterritorialização) diante deste processo, tomando como “chão” corológico o Brasil central (sobretudo Jê e xinguano), e a América Latina (Abya Yala).Esta multiplicidade é vista tanto do ponto de vista histórico quanto geográfico, ou seja, busca registrar as reterritorialização em suas formas históricas (Tupinambá, Kayapó, Panará e Alto Xingu) até a forma atual, em que os índios lutam pela tomada de poder no interior do
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Estado e não pela sua fragmentação. Por fim, busco constituir uma noção de espaço capaz de suportar o debate proposto nesta tese, o que é feito com base, sobretudo, nas proposições de Doreen Massey. A tese, deste ,modo, remete a uma ideia que ganha corpo, um corpo que ganha território e os conflitos acerca de territórios que se perdem, desterritorialização!
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Document type
TeseSource
AMPARO, Sandoval dos Santos. Da ordem cósmica à desordem territorial: a geograficidade ameríndia no chão de Abya Yale ou América Latina. 2019. 706 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.Subject(s)
GeograficidadeAção
Cosmopolítica
Territorialização
Territorialidade humana
Geografia humana
Aldeia indígena
América Latina
Ontological Geopgraphy
Action
Cosmopolitic
Territorialization