MECANISMOS DE DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA NO CAMPO DO INDIGENISMO : A LUTA DO MOVIMENTO INDÍGENA PELOS TERRITÓRIOS ÉTNICOS NA REGIÃO DO BAIXO TAPAJÓS
Transterritorialidades
Indigenismo
Movimentos indígenas
Racismo
Indígena
Conflito pela terra
Territorialidade humana
Movimento social
Racismo
Transterritorialidades
Indigenismo
Movimientos indígenas
Abstract
Esta tese busca compreender o racismo colonial anti-indígena no campo do indigenismo, como um conjunto de dispositivos que, historicamente, foram estruturados para operar no processo de desterritorialização objetiva e subjetiva de grupos étnicos e de seus territórios específicos. Para tanto, têm-se como sujeitos desta pesquisa os treze povos indígenas da região dos municípios de Santarém, Belterrra e Aveiro, que se articulam no e pelo Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns (CITA) contra as diversas práticas de dominação hegemônica (apropriação, uso e controle do território, do corpo e dos saberes indígenas). Estes treze povos, no seu cotidiano, enfrentam o racismo dominante anti-indígena na região, que aqui é apresentado como principal fator responsável pelas tensões políticas, culturais, sociais e territoriais que dinamizam e são dinamizados pelos conflitos de interesses contraditórios, enviesados por agentes do Estado, do mercado, de igrejas e de grupos ambientalistas. O protagonismo do CITA atua de forma organizada e articulada em redes de movimentos sociais, constituindo se no principal sujeito de pressão política e de r-existência identitária e territorial da região. A metodologia de pesquisa concentrou-se no recorte espaço-temporal de análise, o período de gestão do CITA entre 2014-2016, que tinha como coordenação cinco jovens universitários de diferentes territórios indígenas. Durante a pesquisa de campo foram incluídas técnicas de participação (participante) e observação (observante) para identificar e acompanhar o desdobramento de dispositivos de controle social e territorial dos grupos hegemônicos (pautado na colonialidade do poder), tendo como base a perspectiva da governamentalidade agambeniana e a teoria de campo bourdieuniana como diretrizes para o mapeamento dos dispositivos que levam os agentes das tramas multiterritoriais pensarem e agirem (ações práticas) em favor dos seus interesses no campo de forças do indigenismo. O objetivo de ter trazido à tona uma reflexão sobre a colonialidade nas práticas contraditórias das políticas sociais e territoriais introduzidas pelos diferentes tipos de indigenismo na RBTA, não só nos permitiu dar visibilidade aos mecanismos de dominação, mas também ao atual plano de ação e r-existência dos associados ao CITA, como estratégia socioespacial na produção e afirmação de um "indianismo" transterritorial multiescalar, objetivado por "novo(s)" projeto(s) e proposições de ethos indígena(s) como horizonte de possibilidades à re-territorialização multiétnica na defesa e garantia de direitos plurais identitários (trans-individuais) para e com os dezoito territórios indígenas que se autoafirmam na região do baixo rio Tapajós e Arapiuns.
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Document type
TeseSource
LIMA, Marcos Vinícius da Costa. Mecanismos de dominação e resistência no campo do indigenismo : a luta do movimento indígena pelos territórios étnicos na região do Baixo Tapajós. 2018. 295 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.Subject(s)
RacismoTransterritorialidades
Indigenismo
Movimentos indígenas
Racismo
Indígena
Conflito pela terra
Territorialidade humana
Movimento social
Racismo
Transterritorialidades
Indigenismo
Movimientos indígenas