ORIGEM E DESTINO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SISTEMA LAGUNAR MUNDAÚ- MANGUABA, AL, BRASIL: SINAIS DE CANA DE AÇUCAR
Matéria orgânica
Carboidratos
Lagunas costeiras
Alagoas
Isótopos de carbono
Ligninas
Cana de açúcar
Matéria orgânica
Sistema lagunar
Produção intelectual
Alagoas
Sugar cane
Organic matter
Stable carbon isotope
Carbohydrates
Lignins
Coastal lagoons
Alagoas
Nazario, Mariana Gallucci | Posted on:
2008
Abstract
Este trabalho teve como objetivo avaliar as condições atuais do impacto da
cana-de-açúcar nos sedimentos superficiais do Sistema Lagunar Mundaú-
Manguaba, estado de Alagoas, litoral nordeste do Brasil. Nas ultimas três décadas,
aproximadamente metade das bacias de drenagem no entorno do sistema estiveram
cobertas por lavouras de cana. A utilização de marcadores geoquímicos orgânicos
na determinação da origem da matéria orgânica tem-se mostrado uma ferramenta
importante na avaliação da magnitude da poluição de sistemas lagunares por
atividades agrícolas. Análises da composição elementar do carbono e nitrogênio
orgânico (razão C:N) e isotópica do carbono (d13C), associadas à determinação de
carboidratos e ligninas foram realizadas em 30 amostras de sedimentos totais ao
longo das duas lagunas, canais e principais rios, bem como nas frações fina e
grossa dos sedimentos. Além disso, foram analisadas 8 amostras de solo,
procurando abranger todos os estágios de plantio da cana. A distribuição dos
compostos analisados evidenciou a compartimentação do sistema em setores
distintos, sugerindo que ocorram diferentes padrões de produção, introdução e
degradação de matéria orgânica em cada região. De uma maneira geral, os valores
de C:N e d13C indicam a presença de material autóctone nas partes centrais das
lagunas e nos canais, a influência de fontes terrestres nos rios e uma mistura entre
os dois tipos de material nas saídas dos rios. Nas amostras de solo foram verificadas
o sinal característico de plantas C4, como a cana, com d13C próximo a -15‰ e razão
C:N de 16, em média. A baixa razão C:N dos solos pode ser resultado,
principalmente, da introdução de fertilizantes nitrogenados. As razões
carboidrato:carbono foram mais elevadas nos solos e rios, indicando a presença de
material vegetal. Da mesma forma, as maiores concentrações de ligninas (?) foram
encontradas nas desembocaduras dos rios, evidenciando o aporte de material
terrestre nesses locais. A distribuição das razões dos grupos fenólicos (S/V e C/V)
não se mostrou muito distinta entre as estações, mas na maioria das amostras
apresentou valores elevados da razão C/V, indicando a contribuição de
angiospermas não lenhosas, tais como a cana, na composição de ligninas. Foi
verificada a evidência de contribuição alóctone nas partes medianas das lagunas,
mas os altos valores da relação entre as formas ácida e aldeídica do grupo vanilina
[(Ad/Al)v] identificam o estágio avançado da degradação desse material,
mascarando sinais específicos da cana. A entrada de matéria orgânica nas lagunas
contribui para o aumento da produtividade primária, fato evidenciado pelas maiores
concentrações de carboidratos nas regiões centrais. De uma maneira geral, as
frações finas apresentaram-se enriquecidas em carbono e carboidratos, enquanto
que valores elevados de ligninas e C:N, associados a valores de d13C mais leves,
indicam que a fração grossa dos rios e região montante das lagunas é constituída
principalmente por fragmentos vegetais. Os rios Paraíba do Meio e Mundaú
apresentaram maior participação de cana em seus sedimentos, com 44% e 39%,
respectivamente, enquanto que o rio Sumaúma apresenta aproximadamente 15% de cana em sua estação após a usina. O material lixiviado das bacias de drenagem
provavelmente já é introduzido nos rios bastante processado, devido ao constante revolvimento e manejo dos solos.
[Texto sem Formatação]
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DissertaçãoSubject(s)
Cana de açúcarMatéria orgânica
Carboidratos
Lagunas costeiras
Alagoas
Isótopos de carbono
Ligninas
Cana de açúcar
Matéria orgânica
Sistema lagunar
Produção intelectual
Alagoas
Sugar cane
Organic matter
Stable carbon isotope
Carbohydrates
Lignins
Coastal lagoons
Alagoas