A ESCOLA É NOSSA: UMA ABORDAGEM TERRITORIAL DA EXPERIÊNCIA DAS ESCOLAS OCUPADAS
Ação coletiva
Práticas espaciais
Territorialidade
Território
Escola
Movimento estudanti
Ação coletiva
Nova Friburgo (RJ)
Escuelas ocupadas
Acción colectiva
Prácticas espaciales
Territorialidad
Abstract
No Brasil, o movimento estudantil protagonizou uma onda de mobilizações, no final de 2015 e durante o ano de 2016. As escolas ocupadas foram o principal símbolo dessa onda de mobilizações. A questão central desse trabalho é: Quais foram as relações socioespaciais e as consequências das experiências das escolas ocupadas da rede pública estadual do Rio de Janeiro no município de Nova Friburgo? Levanta-se a hipótese de que as experiências das escolas ocupadas podem ser consideradas fenômenos libertários. As escolas ocupadas são fenômenos políticos e sociais com um caráter espacial (geográfico) evidente; a base da ação coletiva é a ocupação do espaço escolar. Por isso, pretende-se desenvolver uma compreensão da experiência das escolas ocupadas a partir das suas relações socioespaciais, considerando as relações de poder nelas presentes. Será abordada a experiência de três ocupações da rede pública estadual do Rio de Janeiro: do CE Prof. Jamil El-Jaick; do CIEP 123 Glauber Rocha; e da Coordenadoria Regional Serrana II. Busca-se ainda verificar a relevância da influência das ocupações da rede estadual do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Chile sobre as ocupações ocorridas em Nova Friburgo. Baseado na pesquisa bibliográfica, na observação empírica da ocupação das escolas, na realização de entrevistas semiestruturadas, na análise de notícias, de filmes (documentários) e de publicações nas redes sociais virtuais (principalmente nas páginas das ocupações no Facebook), realizou-se uma discussão sobre o poder e as relações socioespaciais presentes no fenômeno das escolas ocupadas, a partir de uma abordagem territorial. As escolas ocupadas são vistas como experiências humanas e sociais (individuais e coletivas) e foram analisadas com base em três eixos teórico-conceituais: as ações coletivas dos estudantes em luta; as práticas\relações de poder entre os estudantes e as práticas espaciais-territorialidade-território-territorialização desenvolvidas nas experiências analisadas. É possível considerar que o exercício de práticas espaciais insurgentes nas escolas ocupadas está diretamente ligado à construção de uma territorialidade insurgente, em oposição a uma territorialidade coercitiva, ligada às práticas espaciais coercitivas desenvolvidas pela administração escolar. Acredita-se que ação de ocupar as escolas deu aos estudantes a oportunidade de exercer poder sobre aqueles espaços. Essa concepção de poder é diretamente voltada para a compreensão das lutas que buscam transformações na sociedade e também permite entender a ação de ocupação das escolas como uma ação de resistência ao capitalismo\neoliberalismo. As escolas ocupadas apresentam uma série de características, como a luta contra a dominação e o autoritarismo; a busca por relações mais próximas da autogestão e da autonomia, a partir da horizontalidade e da pluralidade; a ação direta (ao invés
da ação indireta), que apontam para a confirmação da hipótese inicial de que as escolas ocupadas podem ser consideradas fenômenos libertários. Evidencia-se a capacidade dos estudantes em converter o espaço escolar em um território de resistência e autonomia.
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Document type
DissertaçãoSource
AZEVEDO, Rafael Sá Rego de. A escola é nossa: uma abordagem territorial da experiência das escolas ocupadas. 2018. 174 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.Subject(s)
Escolas ocupadasAção coletiva
Práticas espaciais
Territorialidade
Território
Escola
Movimento estudanti
Ação coletiva
Nova Friburgo (RJ)
Escuelas ocupadas
Acción colectiva
Prácticas espaciales
Territorialidad