Influência da obesidade, baixa massa magra e da combinação entre elas sobre a densidade mineral óssea e parâmetros funcionais em mulheres idosas.

Abstract

O envelhecimento é caracterizado por modificações na composição corporal (CC), como aumento e redistribuição da massa gorda (MG), diminuição da massa magra (MM) e da densidade mineral óssea (DMO) e, além disso, está associado à diminuição da capacidade funcional, incluindo a força muscular. O objetivo do estudo foi investigar a influência da obesidade, da baixa massa magra e da combinação entre elas sobre a densidade mineral óssea e parâmetros funcionais em mulheres idosas. O presente estudo utilizou um banco de dados de um projeto anterior, no qual foram realizadas medidas antropométricas, testes funcionais (força de preensão manual e caminhada) e por meio da absortiometria de raios-X de dupla energia (DXA) foi possível determinar a MG, MM para cálculo do índice de massa muscular (IMM) e e a DMO de diferentes sítios ósseos. As idosas foram divididas em quatro subgrupos de acordo com a presença de obesidade (%MG > 40%) ou não (<40%) e de baixa massa muscular (IMM <6kg/m2) ou não (>6kg/m2). Foram avaliados dados de 102 mulheres com idade média (± DP) de 70 ± 6 anos e IMC de 27,6 ± 4,4 kg/m2

. A prevalência de obesidade segundo %MG foi de 68,6%, enquanto 31,4% do total apresentaram baixa MM. A combinação da obesidade com baixa MM foi de 20%. A prevalência de baixa força muscular foi de 57,3% e de osteopenia e osteoporose em pelo menos um dos sítios avaliados foi de 55,4% e 35,6%, respectivamente. O grupo obeso com MM adequada apresentou, em média maior, DMO no corpo inteiro (1,022±0,103 g/cm2) e no radio (0,753±0,093 g/cm2), quando comparado aos grupos com baixa MM, e maior DMO na coluna lombar (1,058±0,126 g/cm2) e colo do fêmur (0,883±0,096 g/cm2), comparado às não obesas com baixa MM (p<0,05). As idosas obesas com baixa MM apresentaram em média menor força muscular quando comparadas àquelas com MM adequada. Não foi observada diferença significativa entre os grupos para o teste da caminhada. Os resultados sugerem que em mulheres idosas, a DMO no corpo inteiro e no radio sofre maior influência da MM, enquanto as áreas do colo do fêmur e coluna lombar são influenciadas tanto pela MM quanto pela MG, independente da associação entre elas. Além disso, a MG parece apresentar um papel protetor sobre a DMO, principalmente na presença da adequada MM. Por outro lado, a combinação da obesidade e baixa MM afetou de forma negativa a força muscular, mas sem comprometer outros parâmetros de capacidade funcional, como a caminhada.