Planejamento e desempenho do sistema público de bicicleta compartilhada do Rio de Janeiro

Abstract

Este estudo tem por objetivo apresentar os parâmetros urbanísticos presentes no planejamento e no desempenho de um Sistema Público de Bicicletas Compartilhadas (SPBC), tomando o sistema do Rio de Janeiro (Bike Rio) como estudo de caso. É sabido que, além dos trinta anos de planejamento cicloviário, a cidade também apresenta desafios na mobilidade urbana que fazem com que o Bike Rio se torne um modo de transporte cada vez mais atrativo, embora a sua escala de alcance seja limitada enquanto modo individual e de baixa capacidade. Recentemente, a pandemia do novo coronavírus diminuiu ainda mais a oferta de transporte na cidade, o que, por outro lado, ajudou a explicar a rápida retomada de utilização do Bike Rio após mais de um ano desde o início da pandemia. Esta retomada, assim como a usabilidade do sistema, não acontece de forma igualitária na rede de estações, visto que a soma de características urbanísticas atrativas para um SPBC se apresenta de forma distinta nas regiões onde o sistema é operado na cidade. Neste sentido, relacionar a atratividade das regiões com os dados de uso do sistema permitiu verificar que, quanto mais uma região apresenta fatores atrativos para um SPBC, maior é a sua utilização. Consequentemente, locais mais atrativos podem estar apresentando estresse de utilização, isto é, quando a oferta do SPBC ainda não dá conta da demanda atual do local. Neste sentido, relacionar os dados de uso com a atratividade das regiões e com os dados de oferta do sistema permitiu notar que, diante do contexto atual, o aumento da oferta de bicicletas e de estações se faz necessário nas regiões mais atrativas da cidade mesmo com o SPBC já existindo nestas regiões, nos casos em que a demanda ainda excede a oferta atual.