Perfil clínico e epidemiológico de crianças e adolescentes com febre reumática atendidos em hospital público do Rio de Janeiro

Abstract

OBJETIVO: Descrever sobre as crianças e os adolescentes portadores de febre reumática (FR) acompanhados no ambulatório de cardiopediatria do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC). CASUÍSTICA E MÉTODOS: Através de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo foi traçado o perfil clínico e epidemiológico de pacientes pediátricos acometidos pela doença. Os dados coletados foram extraídos de fichas de atendimento ou prontuários e as informações levantadas exclusivamente pela pesquisadora. RESULTADOS: O tamanho da amostra em análise foi de 166 pacientes. A faixa etária entre 11 até 15 anos de idade foi responsável por 41,56% dos casos. Destes, 89,76% se originaram da região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ). A cardite acometeu 84,94% dos doentes. A regurgitação mitral surgiu nesta mesma porcentagem. A endocardite infecciosa (EI) foi confirmada através da positividade da hemocultura na metade dos casos que haviam sido anteriormente detectados pelo ecocardiograma bidimensional com Doppler (ECO). A hospitalização por duas ou mais vezes foi verificada em 28,31% dos enfermos. Na ocasião, 25,89% dos pacientes foram submetidos à correção cirúrgica, ou seja, troca valvar ou plastia, especialmente na valva mitral (VM). O abandono do tratamento ocorreu em 5,42% dos doentes e a mortalidade em 3,61%. CONCLUSÕES: A predominância da FR aconteceu em idade igual ou acima de 11 anos. A maioria proveio do Estado do RJ. O principal diagnóstico de entrada foi a cardite, sendo que todos apresentavam a insuficiência mitral (IM). Em parte dos casos, foi corroborada a EI durante a manifestação da doença. O abandono da profilaxia propiciou a reinternação. Um quarto da amostra necessitou da abordagem operatória. O índice de óbitos e evasão ambulatorial foi baixo.