Correlação entre os valores da fração exalada de óxido nítrico, do teste de controle da asma e o volume expiratório forçado no primeiro segundo com o grau de controle da asma segundo o Global Initiative for Asthma em crianças e adolescentes asmáticos.

Abstract

Introdução: A asma é uma doença respiratória crônica cujo controle necessita de monitoração adequada. A diversidade de apresentações clínicas e de respostas terapêuticas torna cada vez mais importante a descoberta de biomarcadores e ferramentas de avaliação clínica que indiquem um tratamento mais eficiente. Objetivo: Avaliar a correlação entre os valores da fração exalada de óxido nítrico (FeNO), do Teste de Controle da Asma (ACT) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (FEV1) com o grau de controle da asma segundo o Global Initiative for Asthma (GINA) em crianças e adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo transversal, descritivo e analítico, com revisão de prontuários de todas as crianças entre 7 e 17 anos acompanhadas no Ambulatório de Asma do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz de março de 2013 a setembro de 2014. Os pacientes responderam o escore ACT e a classificação do GINA, e realizaram a espirometria completa com a medida da FeNO. Resultados: O estudo incluiu 34 pacientes. Houve predomínio do sexo feminino (52,9%) e 61,7% dos pacientes apresentavam IMC adequado. A média de idade foi 11,85 anos± 2,57. Asma controlada foi observada em 64,7% dos pacientes segundo o ACT e em 32,4% segundo o GINA. Obstrução pulmonar foi observada em 76,4% dos pacientes e 85,2% apresentava valores altos da FeNO. Segundo o GINA, 67,7% não apresentava controle completo dos sintomas, e destes, 29,4% não utilizava β2 agonista de longa duração. Maior número de pacientes fora de controle clínico e maior grau de obstrução pulmonar foram observados nos pacientes em uso de doses mais altas de corticosteroide inalatório e com β2 agonista de longa duração associado. Houve correlação entre o escore ACT e o GINA (p=0,00) e entre o GINA e os valores de FEV1 (p=0,03). Não houve correlação entre: a medida da FeNO e o GINA (p=0,79), FEV1 e FeNO (p=0,42), ACT e FeNO (p=0,28). Conclusão: A correlação entre o GINA e o FEV1 reforça a importância da espirometria no seguimento clínico desses pacientes. O escore ACT parece subestimar a proporção de crianças com asma não controlada. A FeNO parece ser um método sensível na detecção da inflamação da via aérea e ferramenta complementar à espirometria na avaliação clínica.