História do diagnóstico laboratorial e das classificações das leucemias agudas pediátricas

Abstract

As leucemias agudas (LA) são um grupo de doenças neoplásicas caracterizadas por um aumento de clones de células anormais do sistema hematopoiético. A LA é um dos cânceres mais comuns na infância, afetando toda a população mundial. As causas dessa patologia são heterogêneas, estando relacionadas a fatores genéticos. As LA são caracterizadas por células progenitoras primitivas, que estão em seu estágio inicial de maturação. No Brasil a taxa de LA é de 61 casos por milhão em crianças na primeira infância, no entanto, esse número ainda pode vir a ser subnotificado pela extensão territorial e o acesso à saúde no país. A LA pode ser dividido em diferentes subgrupos, por meio da maturação celular e por meio da linguagem hematopoiética, podendo ser subdividida em leucemia linfoblástica aguda de células T e/ou de células B e em leucemia mieloide aguda. Ao longo dos anos a forma de fazer o diagnóstico veio se modificando e atualmente o diagnóstico da leucemia aguda é realizado por meio de citogenética, imunofenotipagem e técnicas de biologia molecular. Este trabalho teve por objetivo a realização de uma revisão literária a respeito da evolução do diagnóstico imunofenotipico e molecular da classificação das leucemias agudas pediátricas ao longo dos anos através de uma coletânea de artigos realizadas no PubMed e no Periódico Capes. Ao analisar a história da classificação das leucemias, a primeira classificação foi realizada pelo grupo Franco Americano Britânico (FAB) no ano de 1976, tendo por base a morfologia celular através de citoquímica, mas só a análise morfológica não cobria todas as diferenças existentes entre as várias características das leucemias. Em 1995 o grupo Europeu de caracterização imunológica com base no perfil imunofenotipico. Com o avanço da tecnologia e das técnicas de biologia molecular e celular em 2001 a Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com a Sociedade de Hematologia e a Associação Europeia de hematologia uma classificação que engloba genética, imunofenotipagem, morfologia e citoquímica para o diagnóstico e classificação da leucemia, esta última classificação é a vigente atualmente e ela sofre atualizações de tempos em tempos, percebe-se que está atualização engloba todas as outras técnicas de diagnósticos da classificação anterior, o que engloba mais aspectos da célula. No entanto, as técnicas de biologina celular e molecular apresenta alto custo, os centros de saúde pública apresentam dificuldades no diagnóstico e na aplicação dessas técnicas na rotina laboratorial, o que pode impactar no diagnóstico final para o paciente. Além disso, um corpo técnico mais qualificado é necessário para uma melhor caracterização dos diferentes subtipos de leucemias. Sendo assim, a LA pediátrica é uma doença que tem altas taxas de mortalidade, e que muitas vezes não tem um diagnóstico realizado de modo prévio