Vacinação contra Covid-19 em gestantes: fatores que interferem na tomada de decisão

Abstract

O desenvolvimento de vacina com intuito de diminuir a morbimortalidade e o nível de gravidade causado pelo vírus Sars-Cov-2 ocorreu em diversos países. O Programa Nacional de Imunização divulgou informações sobre vacinas utilizadas de forma emergencial e as estratégias para populações-alvo como as gestantes. Contudo informações relacionadas à vacinação contra covid-19 podem gerar insegurança e dificuldades que interferem na tomada de decisão de gestantes sobre se vacinarem. Referida ação pode ocasionar o atraso da aceitação ou arecusa de vacinação, apesar da disponibilidade nos serviços de saúde. Objetivo: analisar os fatores que levam à decisão de gestantes sobre se vacinarem contra covid-19. Estudo quanti-qualitativo, com coleta de dados realizada por meio de aplicação deum questionário on-line com 42 gestantes e análise dos resultados e posterior etapa qualitativa, na qual se empregaram entrevistas individuais semiestruturadas, no período de julho e agosto de 2022, num município do Médio Paraíba no estado do Rio de Janeiro. O estudo é parte de um projeto guarda-chuva submetida ao Comitê de Ética e Pesquisada Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense com aprovação sob nº5.569.429.Utilizou-se por análise estatística simples e análise temática segundo Bardin, emergindo três categorias temáticas: A influência da veiculação de informações sobre vacinas contra covid-19 na aceitação, hesitação e decisão vacinal de gestantes; o medo associado àcovid-19 suscita sentimento de aceitação vacinal e o medo atrelado à vacinação amplia hesitação; a influência das práticas educativas realizadas por profissionais de saúde na decisão vacinal. Além de demonstrar o perfil das gestantes, torna-se importante destacar fatores significativos associados à aceitação vacinal como orientação/estímulo para vacinação realizada pelo enfermeiro, medo de morrer, medo de ser contaminado por covid-19 e proteção e os fatores atrelados à hesitação como medo de efeitos adversos provenientes da vacinação, medo de agulha e notícias falsas em mídias digitais. Conclui-se que os desafios para reverter às baixas coberturas vacinais de gestantes no contexto da pandemia fazem parte da realidade dos serviços de saúde no Brasil e nos demais países do mundo. Num contexto em que se pode observar crescente movimento relacionado à hesitação vacinal, divulgar informações atualizadas acerca da decisão de gestantes sobre a vacinação contra covid-19 viabiliza o compartilhamento do conhecimento científico com vistas à tomada de decisão consciente.