DETECÇÃO DE MYCOPLASMA SPP., ESCHERICHIA COLI E ENTEROCOCCUS SPP. EM AVES MARINHAS DE VIDA LIVRE NO LITORAL DO BRASIL
Mycoplasma spp
Escherichia coli
Enterococcus spp
Mycoplasma
Aves
Escherichia coli
Enterococcus
Marine birds
Mycoplasma spp
Escherichia coli
Enterococcus spp
Aves
Abstract
Doenças infecciosas em animais selvagens podem levar à morte de indivíduos, reduzindo a diversidade genética, causando o declínio da população e representando grande risco para espécies em perigo de extinção. Dentre as doenças bacterianas com grande potencial patogênico em aves selvagens, destacam-se os micoplasmas, Escherichia coli e Enterococcus spp. O caráter oportunista de micoplasmas, E. coli e Enterococcus spp. pode ocasionar enfermidades em aves imunossuprimidas, favorecer infecções secundárias, comprometer a vida selvagem e a humana, bem como a indústria avícola. Os objetivos deste estudo foram investigar a presença de Mycoplasma spp., E. coli e Enterococcus spp., avaliar perfil de resistência de E. coli e identificar as espécies dos isolados de micoplasmas obtidos de aves marinhas encontradas em praias do litoral brasileiro. Foram coletadas amostras de swabs de traqueia e de cloaca de 50 aves marinhas, provenientes de resgate por três centros de conservação e reabilitação de animais marinhos, localizados no Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. As amostras de traqueia e cloaca foram submetidas ao cultivo para micoplasma, os isolados identificados pela PCR e os não caracterizadas na PCR para espécie-específicas foram sequenciados e realizada a análise filogenética. Para o cultivo de E. coli e Enterococcus spp., amostras de 47 cloacas foram utilizadas. Das colônias isoladas, foram selecionadas até cinco colônias características de E. coli e Enterococcus spp. para identificação pelo MALDI-TOF. As cepas de E. coli foram submetidas a triagem em placas de ágar MacConkey enriquecido com ceftriaxona, ágar MacConkey com ciprofloxacina, ágar cromogênico ESBL e ágar cromogênico KPC. Entre as cepas resistentes na triagem, houve a seleção de uma cepa com maior perfil de resistência por animal. Estas cepas foram submetidas ao teste de sensibilidade à 16 antimicrobianos, utilizados na clínica humana e veterinária, englobando a detecção fenotípica de ESBL. O teste foi realizado por difusão em disco, conforme CLSI. As cepas positivas fenotipicamente para ESBL foram submetidas a detecção dos genes blaCTX-M1, blaCTX-M2, blaCTX-M8. Das 50 aves estudadas, 36% (n=18) foram positivas para micoplasmas ao isolamento. Na PCR para gênero, 56% (n=28) das 50 aves foram positivas para Mycoplasma spp., tendo sido detectado 26% (n=13) na traqueia, 2% (n=1) na cloaca e 28% (n=14) em ambos os sítios. Na PCR especifica, M. gallisepticum foi detectado em 17,8% (5/28) e M. meleagridis em 17,8% (5/28). Ambas as espécies foram detectadas em 14,3% (4/28). Em 50% (14/28) das amostras não foi possível caracterizar a espécie de micoplasma na PCR e estas amostras foram sequenciadas, obtendo-se 10 sequências que apresentam cerca de 98% de similaridade a cepas detectadas em outras aves marinhas, separadas em três clusters. O primeiro próximo a M. meleagridis, o segundo a M. synoviae e o terceiro cluster, mais distante, agrupou o M. tully, M. gallisepticum e M. imitans. Das nove espécies de aves marinhas estudadas, quatro apresentaram micoplasmas no isolamento (Spheniscus magellanicus, Sula leucogaster, Larus dominicanus e Phalacrocorax brasilianus) e cinco na PCR, referindo-se Spheniscus magellanicus, Fregata magnificens, Sula leucogaster, Sula dactylatra e Phalacrocorax brasilianus. Um total de 185 cepas de E. coli foram isoladas e confirmadas em 85,1% (40/47) das amostras aves analisadas. Todas as cepas foram submetidas a triagem para perfil de resistência antimicrobiana, sendo identificadas 109 cepas. Destas, 40 cepas foram selecionadas para teste de sensibilidade frente a 16 antimicrobianos. A maioria (92,5%) apresentou resistência a pelo menos um antimicrobiano e 50% exibiram perfil de multirresistência a até seis classes de antimicrobianos. Seis cepas de E. coli foram positivas no teste fenotípico para ESBL, porém negativas quanto à presença de genes blaCTX-M dos subtipos 1, 2 e 8. Das 182 (84,6%) cepas confirmadas como Enterococcus spp., a mais encontrada foi E. faecalis (n=144) enquanto a menos encontrada foi E. avium (n=1) e E. casseliflavus (n=1), E. faecalis foi detectado em todas as espécies de aves estudadas. E. faecium e E. gallinarum foram identificados em Spheniscus magellanicus e Fregata magnificens, E. hirae em Spheniscus magellanicus, Sula leucogaster e Phalacrocorax brasilianus; E. avium foi identificado em um Spheniscus magellanicus e E. casseliflavus foi identificado apenas no Phalacrocorax brasilianus. Os micoplasmas estavam presentes na maioria dos animais estudados, a maior prevalência ocorreu, proporcionalmente, em Sula leucogaster (77,7%), enquanto a menor em Fregata magnificens (22,2%). Ao conhecimento dos autores, este é o primeiro registro de Mycoplasma meleagridis em Sula dactylatra, Sula leucogaster e Spheniscus magellanicus no Brasil. A análise filogenética identificou Mycoplasma spp adaptados a aves aquáticas. Cepas multirresistentes de E. coli e Enterococcus spp. estavam presentes nas aves estudadas, podendo atuar na sua disseminação
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Document type
DissertaçãoSubject(s)
Aves marinhasMycoplasma spp
Escherichia coli
Enterococcus spp
Mycoplasma
Aves
Escherichia coli
Enterococcus
Marine birds
Mycoplasma spp
Escherichia coli
Enterococcus spp
Aves