O IMPACTO DA MATERNIDADE NA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL FEMININA

Abstract

A conciliação entre a maternidade e a carreira profissional é uma questão cada vez mais presente no mundo moderno. As mulheres, que antes eram predominantemente donas de casa, hoje ocupam cada vez mais posições de destaque no mercado de trabalho, mas precisam lidar com a dificuldade de equilibrar as demandas do trabalho e da maternidade. A presença de filhos afeta a vida profissional da mulher em diferentes camadas, pois dificulta desde a qualificação, requisito fundamental para construir uma carreira profissional sólida, até a permanência e evolução dentro do mercado de trabalho. O presente trabalho tem como objetivo analisar como a maternidade afeta a trajetória da mulher no mercado de trabalho, identificando de que forma as mulheres mães estão inseridas no mercado e quais dificuldades a maternidade trouxe para que estejam ocupando esse lugar. A abordagem metodológica adotada neste estudo é a pesquisa bibliográfica, que envolve a busca, análise e seleção de referências para embasar o tema proposto. As bases de dados consultadas foram a Scielo, Portal da Capes e Google Acadêmico, totalizando 17 artigos selecionados no período de 2004 a 2022. A Teoria do Capital Humano sugere que investir em educação, treinamento e experiência aumenta o valor econômico de um indivíduo. No entanto, quando aplicada à maternidade e à carreira da mulher, essa teoria pode ser afetada por desafios significativos. Enquanto as mulheres investem em sua carreira e adquirem capital humano através de educação e experiência profissional, a chegada da maternidade muitas vezes implica em interrupções ou pausas na trajetória profissional. Diferentes estudos apontam que a relação da mulher com o mercado de trabalho, somada à maternidade e tarefas domésticas, pode ser geradora de sobrecarga, imputando a elas o ônus da dupla jornada. Verificou-se ainda que as mulheres tendem a evadir do mercado de trabalho após o nascimento do primeiro filho, tanto pela falta de rede de apoio, como a oferta de creches, por exemplo, pelo baixo custo de oportunidade de retornar ao trabalho após a licença-maternidade, visto que os salários das mães são menores comparados com o das mulheres sem filhos, como também pela discriminação por parte dos empregadores.