A implantação e expansão do Grupo Aracruz Celulose S/A na ditadura empresarial-militar brasileira: as violações de direitos dos indígenas e quilombolas do estado do Espírito Santo

Abstract

Esta tese tem como objetivo analisar como o Grupo Aracruz Celulose S/A congregou as demandas do regime ditatorial e os interesses das classes burguesas, no estado do Espírito Santo. O projeto de criação desta empresa afina-se aos objetivos político-institucionais da ditadura empresarial-militar brasileira (1964-1985), que operou por meio de arranjos institucionais, bem como um aparato tecno-empresarial burocrático monopolista, por meio de uma amálgama entre capital privado, nacional/internacional. Além da constituição de uma tecno-burocracia e de um discurso ideológico contra o “comunismo”, contou também com uma robusta estrutura estatal de repressão. Analisou ainda a instalação e a expansão do Grupo Aracruz Celulose S/A, criada por empresários ligados ao aparato estatal e ao regime ditatorial, recebendo incentivos fiscais e investimentos estatais ao longo do período de 1964-1985. Estruturada no formato de multipaper contendo seis artigos, cada um se aprofundando em determinada temática abordada pela pesquisa. A metodologia utilizada foi a análise das especificidades acerca da instalação da empresa na região, coleta e análise dos financiamentos recebidos pela empresa por meio de diversos documentos. A base documental utilizada foi a pesquisa sobre a existência de violações de direitos operadas pelo Grupo Aracruz Celulose S/A, durante o período da ditatorial (1964-1985), coordenada pela Profª Drª Joana D`Arc Fernandes Ferraz. A opção pelo modelo de desenvolvimento agroindustrial no Norte do ES produziu efeitos perversos no meio ambiente e disputas territoriais com indígenas e quilombolas que habitavam a região antes da chegada da empresa.