FOTOGRAFIA E MEMÓRIA: CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE CULTURAL E FABULAÇÃO EM VIVIAN MAIER
Abstract
O trabalho investiga a interseção entre fotografia e memória, explorando como as imagens de Vivian Maier contribuem para a construção de identidade cultural e a fabulação narrativa. Maier, uma babá com uma vida discreta, produziu um acervo fotográfico que permaneceu desconhecido até seu falecimento, revelando perspectivas únicas da vida cotidiana das décadas de 1950 a 1990 em Chicago e Nova York. Através de suas lentes, Maier documentou tanto o comum quanto o extraordinário, armazenando suas imagens como cápsulas do tempo que desafiam a efemeridade da experiência humana.
A pesquisa analisa os enquadramentos de memória e identidade, destacando a relação intrínseca entre memória e narrativa, conforme discutido por teóricos como Paul Ricoeur, Susan Sontag, Paula Gorini e Vilém Flusser. Considerando a fotografia como um veículo para preservar memórias e dar voz a histórias esquecidas, o estudo também reflete sobre a própria trajetória da autora, Ágatha, em relação à fotografia e à memória.
A monografia é enriquecida pelo contexto do documentário "Finding Vivian Maier", que trouxe à luz o trabalho da fotógrafa após a descoberta de seus negativos em um leilão. O filme de John Maloof e Charlie Siskel oferece um mergulho na vida e obra de Maier, entrelaçando suas fotografias com entrevistas de conhecidos, desencadeando questões éticas sobre a privacidade e a documentação de vidas sem consentimento. O estudo propõe uma fabulação baseada nas fotografias de Maier, utilizando-as como um espelho para a compreensão contemporânea da memória e da identidade cultural.
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