A mineração e o processo extrativista neocolonial na América Latina: um olhar crítico a partir da ética ambiental e de uma perspectiva decolonizadora

Abstract

Desde a colonização da América Latina, a mineração vem acontecendo de maneira predatória e irresponsável, como parte do processo de submissão de suas economias às demandas do mercado internacional. Após cinco séculos, o neoextrativismo persiste como característica central do modo de gerar riquezas a partir da colonização da natureza. Esse processo, retomado com novas forças, é o que se pode denominar neocolonialismo. Nossas riquezas naturais são vistas quase exclusivamente como reservas estratégicas para atender aos mercados internacionais. Com a consciência crescente da escassez dos recursos naturais e com os incontáveis prejuízos ambientais que tal atividade tem gerado é necessária uma reflexão crítica, a partir de novos paradigmas que possam oferecer alternativas mais sustentáveis e respeitadoras da natureza para essa atividade extrativista. Nesse cenário, alguns países da América Latina passam a buscar inspiração nas reservas éticas de seus povos originários capazes de oferecer alternativas ao desenvolvimentismo vigente. Não somente a assim chamada Ética do Bem Viver, bem como outros autores da ética ambiental como Hans Jonas e Emmanuel Levinas, que deixam pistas para uma alternativa ao desenvolvimento e que contemple também uma nova concepção de direitos da Natureza.