Concepções práticas pedagógicas em escolas de assentamento do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): contribuição à decolonização do saber

Abstract

Esta tese analisa as concepções e práticas pedagógicas em escolas de assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e suas contribuições ao processo de decolonização do saber. A opção pela Pedagogia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra se deve ao fato de estar na base desse Movimento o questionamento das estruturas sociais e da cultura que as legitima. Ao longo da tese, proponho uma reflexão sobre o sistema colonial moderno e suas implicações, na formação da Sociedade Brasileira, considerando seus rebatimentos na educação. Apresento os elementos que estruturam a pedagogia do MST, buscando investigar suas conexões com o pensamento decolonial, e analiso as práticas pedagógicas em escolas de assentamento do MST e suas contribuições à decolonização do saber. Utilizo como categorias de análise conceitos do campo do pensamento decolonial, priorizando pensadores decoloniais brasileiros que refletem sobre a educação e a escola, levando em conta a estrutura social brasileira. Entre eles estão Luiz Rufino (2019, 2021), Antônio Bispo dos Santos (2023), Lélia Gonzales (1988, 2020), Nilma Lino Gomes (2012, 2017), Ailton Krenak (2019, 2020), Paulo Freire (2005) e Mota Neto (2016). Do ponto de vista metodológico, os estudos baseiam-se em pesquisa bibliográfica, análise de documentos do MST e das escolas pesquisadas e entrevistas semiestruturadas com educadores atuantes nas escolas coordenadas pelo Movimento. Nas considerações finais, aponto novas questões e inquietações suscitadas, que podem balizar futuras investigações nesse campo temático, como as contribuições das práticas pedagógicas das escolas de assentamento para a reorganização da pedagogia em escolas públicas urbanas.