A evolução da moeda: uma discussão sobre potencial das moedas digitais no sistema monetário

Abstract

O advento da moeda como fenômeno social possibilitou o desenvolvimento das sociedades capitalistas. Este instrumento passou por diversas fases evolutivas, saindo das moedas mercadorias, passando pelas moedas metálicas, até alcançar o estágio das moedas fiduciárias. As criptomoedas surgem como possível próximo passo dessa linha evolutiva, trazendo como característica a não presença do estado na sua emissão e regulação, possibilitando a transferência de recursos sem a presença de uma terceira parte intermediadora. Este trabalho utiliza de uma metodologia de pesquisa teórico-bibliográfica de forma a esclarecer o conceito da moeda segundo as teorias keynesiana e pós keynesiana, assim como as características da bitcoin e das tecnologias que cercam seu funcionamento. Afim de julgar o enquadramento da bitcoin dentro do conceito de moeda, avaliando se esta é capaz de atuar simultaneamente como meio de troca, unidade de conta e reserva de valor, analisando a presença ou não das características físicas e econômicas inerentes à moeda nesse instrumento. O resultado deste trabalho, aponta, no entanto, para a incapacidade da bitcoin (e das criptomoedas em geral), de atuar como moeda, ou seja, de ser simultaneamente unidade de conta, meio de troca e reserva de valor, devido principalmente à sua baixa liquidez e volatilidade, ambas propriedades resultantes de sua característica intrínseca de exclusão da necessidade do Estado.