REVIRANDO O “PORTO MARAVILHA”: LUTA PELO ESPAÇO E CONTRADIÇÕES URBANAS NA ZONA PORTUÁRIA DO RIO DE JANEIRO
Produção do espaço urbano
Reestruturação produtiva do capital
Relações de poder
Luta pelo espaço
Urbanização
Urbanização de favela
Conflito social
Espaço urbano
Wonder Port
Production of urban space
Power relations
Productive restructuring of capital
Struggle for space
Abstract
No contexto da reestruturação produtiva do capital e do aprofundamento do ideário neoliberal,
o espaço urbano vem sendo produzido sob a égide da financeirização da economia e da
interpenetração cada vez maior do valor de troca sobre o valor de uso. As cidades, nesta
conjuntura, são concebidas como empresas, e passam a funcionar sob a lógica das parcerias
público-privadas. É dentro deste quadro político-econômico que assistimos à entrada da
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, vulgarmente conhecida como
Porto Maravilha, no espaço portuário da cidade do Rio de Janeiro. A investigação
intencionou, assim, compreender as contradições deste processo à luz do materialismo
histórico e dialético, representado por autores tais como Henri Lefèbvre e David Harvey, em
diálogo com matrizes teóricas que passam pelo entendimento das relações de poder no
processo de produção do espaço urbano, tais como as análises de Michel Foucault e John
Holloway. Essas leituras são entrelaçadas com a experiência vivida pela autora no âmbito do
Fórum Comunitário do Porto, de onde se conclui que a operação em questão se configura
como uma estratégia para possibilitar a reprodução do capitalismo por meio da dominação
sobre os usos históricos e atuais daquele espaço. Este processo, por sua vez, implica na
construção/mobilização de distintas relações de poder e formas de luta que apresentam
contradições entre si. A pesquisa evidenciou que essas lutas apresentam distintas táticas,
estratégias e alinhamentos político-ideológicos. Entretanto, todas elas possuem em comum o
fato de se tratar da luta pelo espaço, da luta do uso contra a troca, da apropriação contra a
dominação. Ademais, foi demonstrado, por meio do recurso ao método regressivoprogressivo
de Lefèbvre, que muitas das contradições que ora se apresentam no processo de
luta são contradições produzidas no processo histórico de produção daquele espaço e não
surgiram, portanto, na conjuntura atual. Por fim, a contradição que se instala entre moradores,
de um lado, e instituições/organizações, de outro lado, deve ser ressignificada à medida que se
compreende que a luta dos moradores é, no limite, a luta pela própria vida, inscrita no
cotidiano. Trata-se de um exercício que procura apontar, deste modo, para a união dessas
lutas, necessária em um cenário de extrema fragilidade e adversidade.
[Texto sem Formatação]
[Texto sem Formatação]
Document type
TeseSource
GIANNELLA, Letícia de Carvalho. Revirando o “Porto Maravilha”: luta pelo espaço e contradições urbanas na zona portuária do Rio de Janeiro. 2015. 308 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.Subject(s)
Porto MaravilhaProdução do espaço urbano
Reestruturação produtiva do capital
Relações de poder
Luta pelo espaço
Urbanização
Urbanização de favela
Conflito social
Espaço urbano
Wonder Port
Production of urban space
Power relations
Productive restructuring of capital
Struggle for space