RADIOTERAPIA PEDIÁTRICA: EXPERIÊNCIA CLÍNICA E HUMANIZAÇÃO
Criança
Adolescente
Humanização
Radioterapia
Radioterapia
Neoplasias
Criança
Neoplasia em criança
Produção intelectual
Humanização da assistência
Adolescente
Cancer
Child
Teenager
Humanization
Radiotherapy
Resumen
Introdução: O tratamento do câncer infantil é multidisciplinar, e assim como a quimioterapia e a
cirurgia, a radioterapia faz parte dessa abordagem, mas costuma ser um procedimento crítico em
crianças, que costumam se movimentar. A necessidade de permanecerem sem acompanhante e
imóveis no aparelho de radioterapia, que funciona a uma baixa temperatura, aliados ao receio da
natureza desse tratamento, fazem com que o uso de anestesia seja comum. Para que a criança pudesse
se sentir mais confortável e confiante com a dinâmica dessa terapia, foram introduzidas medidas de
humanização na rotina da radioterapia. Procurou-se estabelecer com esse estudo, o perfil das crianças
que se submeteram a esse tratamento e definir se a introdução da humanização trouxe benefícios ao
fluxo de atendimento, reduzindo a necessidade de anestesia e o tempo diário de tratamento. Foram
também levantados os aspectos clínicos relacionados aos tumores da infância, as modalidades de
tratamentos realizados, e estabelecidos o tempo para o diagnóstico e o tempo para início de
tratamento a partir do laudo histopatológico, nos diferentes tumores.
Método: Foi desenvolvido um estudo observacional e retrospectivo de pacientes pediátricos do
Instituto Nacional de Câncer, com idade até 18 anos incompletos, tratados com radioterapia, entre
2014 e 2017. As variáveis foram divididas em sociodemográficas, clínicas, período entre sintomas e
diagnóstico, diagnóstico e terapia, tratamentos realizados, utilização de anestesia e reações à
radioterapia. As variáveis contínuas foram testadas para normalidade para estabelecer a utilização de
testes paramétricos ou não (teste t ou Mann–Whitney U; ANOVA ou teste Kruskal-Wallis), enquanto
as categóricas utilizaram o teste de Fisher para definir a relação entre elas. Foi utilizada regressão
logística binária utilizando como variáveis dependentes aquelas crianças que utilizaram medidas de
humanização (1) ou não (0) e tempo para início de tratamento. O Modelo Linear Generalizado
(GzLM) foi utilizado para verificar a associação do processo de humanização com a utilização de
anestesia e o método de Equações de Estimativas Generalizadas(GEE) foi usado para avaliar o tempo
de tratamento diário.
Resultado: Foram avaliados 407 prontuários de crianças no período. A mediana da idade ao
diagnóstico foi de 93 meses ou 7,7 anos (média:101,81 meses, IC95%:96,01-107,61, DP:59,51) e na
radioterapia foi de 110 meses ou 9,1 anos (média:114,78 meses, IC95%:108,89-120,68, DP:60,52) e
o tempo médio entre o diagnóstico e a radioterapia foi de 12,65 meses, com um predomínio do sexo
masculino (n=237; 58,2%) e da raça parda (n=203; 49,9%). As neoplasias cerebrais foram as mais
encontradas (n=135; 33,2%), e entre elas, o Meduloblastoma o tumor mais visto (n=34/135; 25,2%).
O tempo médio entre o início de sintomas e o diagnóstico histopatológico foi de 125,66 dias
(IC95%:100,89-150,44, DP:242,34) e entre o diagnóstico e o tratamento foi de 25,04 dias
(IC95%:9,76-40,33, DP:156,67). Metade dos tratamentos realizados foi trimodal. A anestesia para a
radioterapia foi necessária em 28,5% das crianças, e somente a idade no momento do tratamento foi
associada ao seu uso. Não houve associação entre o uso de anestesia e a utilização das medidas de
humanização e não houve diferença significativa entre as médias dos tempos de tratamento diário
antes (0:17:18) e após (0:17:58) o processo de humanização, (p=0,787).
Conclusão: Apesar do evidente benefício no bem estar da criança e de sua família, não foi possível
constatar uma redução na utilização de anestesia após a humanização do serviço, assim como na
redução do tempo diário do tratamento. Futuros trabalhos qualitativos deverão ser realizados afim de
dimensionar os ganhos emocionais com a humanização.
[Texto sem Formatação]
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Tipo de documento
DissertaçãoFuente
MAGALHÃES, Denise Maria de Araújo. Radioterapia pediátrica: experiência clínica e humanização. 2020. 113 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.Sujeta/Sujeto(s)
CâncerCriança
Adolescente
Humanização
Radioterapia
Radioterapia
Neoplasias
Criança
Neoplasia em criança
Produção intelectual
Humanização da assistência
Adolescente
Cancer
Child
Teenager
Humanization
Radiotherapy