POLÍTICAS LINGUÍSTICAS EM CONFLITO NO AMAPÁ: IMPACTOS E CONTRADIÇÕES DA LDB 9394/96 E DA LEI 11.161/2005
Ecolinguística
Ensino de línguas
Fronteira franco-brasileira
Linguística
Ensino de línguas
Politique linguistique
Écolinguistique
Enseignement de langues
Frontière franco-brésilienne
Day, Kelly Cristina Nascimento | Posted on:
2016
Abstract
Inscrevemos este trabalho no quadro teórico da política linguística (Haugen, 1964;
Calvet, 1996, 2002, 2007; Maurais, 1987; Rousseau, 2005; Petitjean, 2006; Kloss, 1969;
Beacco & Byram, 2003) da ecolinguística (Haugen, 1970, 1972; Calvet, 1999, 2007;
Couto, 2009, 2012) e, portanto, da sociolinguística. Esta tese configura-se em uma
reflexão avaliativa da política linguística brasileira para o ensino de línguas estrangeiras
tendo como ponto de partida a implementação, desde 2005, da Lei 11.161/2005 que situa
a língua espanhola como "língua de oferta obrigatória" em todas as escolas de ensino
médio no Brasil. Esta Lei, na prática - e são, efetivamente, os efeitos práticos que
discutimos - se contrapõe ao que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - LDB 9394/96, à medida em que esta última permite à toda comunidade escolar
escolher suas línguas estrangeiras a partir de suas características geopolíticas e sóciohistóricas. Aparentemente "conciliáveis" em todo o território nacional, essas duas
legislações entram em choque na fronteira franco-brasileira devido à situação geopolítica
e à condução da implementação do aparato regulatório no Amapá. Para melhor situar a
questão do ensino de línguas no Estado, em uma perspectiva ao mesmo tempo central e
periférica, propusemos inicialmente uma análise contextualizada da LDB 9394/96, do
aparecimento da Lei 11.161/2005 e uma abordagem ecolinguística da fronteira Amapá-
Guiana Francesa. O objetivo deste trabalho é, portanto, elaborar um quadro avaliativo da
política de ensino de línguas estrangeiras na zona fronteiriça, que considere as
repercussões da aplicação conjunta das supracitadas leis sobre a política linguística
educativa regional, além de lançar luz sobre as interpretações que lhes são atribuídas pelos
dirigentes públicos e gestores escolares, analisando a existência ou não de "conflito
legislativo" entre os instrumentos jurídicos da política linguística educativa brasileira e a
influência coercitiva direta e indireta do Estado brasileiro sobre as escolhas das línguas
nas escolas. Para isso propusemos uma pesquisa analítico-descritiva, tendo como
fundamento uma perspectiva tanto quantitativa quanto qualitativa de análise dos dados.
As respostas encontradas apontam para uma política linguística impositiva,
homogeneizadora, diretamente conduzida pelos interesses político-econômicos do Estado
que desvirtuam os princípios norteadores da LDB
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Política linguísticaEcolinguística
Ensino de línguas
Fronteira franco-brasileira
Linguística
Ensino de línguas
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Écolinguistique
Enseignement de langues
Frontière franco-brésilienne
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