Tentativas de tornar a memória congelada em algo íntimo

Abstract

A presente investigação surge a partir da inquietação que percebo ao analisar o meu trabalho fotográfico. Certas imagens resguardam um potencial antitético de geração concomitante de alegria e descontentamento. Apesar de inicialmente satisfazerem alguns compromissos estéticos e poéticos que engajam-se na minha produção, inevitavelmente elas demarcam uma limitação no que tange a transmissão de uma experiência ao outro. O presente trabalho desenvolve-se como uma tentativa de aproximar-se dessa capacidade das imagens fotográficas que encorpam a minha poética para produzirem experiências. Nesse caminho deparo-me com uma dificuldade proveitosa a ser debatida: pode a experiência se fazer através da imagem fotográfica? Ou, na contemporaneidade, a imagem fotográfica analógica dilui-se em um anacronismo ou perde-se entre os outros registros imagéticos massificados que banalizam o potencial de produção de experiência através da imagem?