Patriarcado e capitalismo: uma análise do impacto da ofensiva neoextrativista sobre a vida das mulheres

Abstract

Este trabalho reflete sobre a interconexão entre o patriarcado e a exploração capitalista, destacando como a divisão sexual e racial do trabalho molda as relações sociais de produção. O trabalho aborda o papel crucial das relações patriarcais na sustentação do capitalismo, particularmente evidenciado pela ofensiva neoextrativista que alimenta diversas formas de violência patriarcal. Trata-se de uma pesquisa de caráter teórico, realizada a partir de uma revisão bibliográfica que nos permitiu compreender contornos contemporâneos da chamada guerra contra as mulheres. No primeiro capítulo, o trabalho revisita teoricamente o patriarcado, analisa a acumulação primitiva historicamente conduzida pela classe capitalista e examina as consequências nas Américas, especialmente no Brasil, onde estruturas desiguais perpetuam a opressão racial e sexual. No segundo capítulo, analisamos o contexto contemporâneo, examinando o aprofundamento do padrão primário exportador na América Latina durante as últimas duas décadas, o que define a atmosfera da acumulação ampliada do capital no continente. Destaca-se como as características sociais, trabalhistas e espaciais do enclave atingem manifestações extremas na fase atual do neoextrativismo minerador e petrolífero, acentuando expressões já existentes da questão social, contribuindo para o agravamento da dominação e violência patriarcal, a partir dos processos de masculinização de territórios, quebra de economias de subsistência, reforço de estruturas patriarcais, perda de saberes ancestrais e aumento da exploração e violência sexual